As finais de conferência da NBA chegaram com uma mensagem clara: a nova geração está aqui, está pronta e não quer saber de hierarquias. Quatro equipas com sede de afirmação, sem campeonatos no século XXI, lutam agora para quebrar ciclos e abrir novos capítulos — competição que podes acompanhar no site Betano.pt, onde tens também a oportunidade de fazer as tuas apostas e assistir aos jogos em direto através do Livestream.
Vamos ter o sétimo campeão diferente em sete temporadas e, nas seis épocas anteriores, nenhum deles passou da segunda ronda da fase a eliminar. Os sobreviventes são quatro equipas com histórias por escrever, mas convicção para as assinar. O trono está vago. E os novos pretendentes não têm medo de subir os degraus. Bem-vindos ao mundo de Shai Gilgeous-Alexander, Anthony Edwards, Jalen Brunson e Tyrese Haliburton.

O Oeste é de Shai e Ant

No Oeste, perfila-se um duelo com potencial para definir a próxima década. Oklahoma City Thunder e Minnesota Timberwolves não jogam apenas por um lugar nas Finais da NBA — jogam pelo estatuto de nova potência dominante. De um lado, a frieza metódica e letal de Shai Gilgeous-Alexander. Do outro, a exuberância e confiança inabalável de Anthony Edwards. Dois intérpretes opostos, mas com o mesmo guião em mente: liderar a sua geração até ao topo.
Oklahoma City apresenta-se com a melhor defesa da temporada, mas os números não contam toda a história. Esta equipa vive da versatilidade e de uma estrutura tão bem definida que parece treinada em laboratório. Chet Holmgren e Isaiah Hartenstein podem ser um terror nas zonas próximas do cesto. Jalen Williams reencontrou o toque de pontuador na altura certa. E Alex Caruso tornou-se o barómetro defensivo da equipa — o homem que travou Nikola Jokić quando era mais difícil fazê-lo.
Minnesota, por seu lado, é a personificação da crença. Anthony Edwards continua a construir um currículo de matador de estrelas: Kevin Durant, Nikola Jokić, LeBron James, Luka Dončić, Steph Curry… todos caíram à sua frente. Agora, é Shai quem se ergue como o novo alvo. Edwards está mais completo, mais maduro, mais perigoso. E está rodeado por um elenco que sabe exatamente o seu papel. Julius Randle está a fazer os melhores playoffs da carreira, com uma serenidade que lhe faltou em Nova Iorque. Mike Conley, com 37 anos, continua a ser o equilíbrio da equipa. E depois há Rudy Gobert, finalmente num contexto em que a sua defesa tem impacto e é valorizada.
É uma série marcada pela defesa. Ambas as equipas são rápidas a fechar espaços, a colapsar na ajuda e a proteger o cesto. São também as duas que mais dominam no pintado, com uma eficácia notável no ataque ao cesto e na forma como anulam o adversário perto da tabela. O ritmo será controlado, o espaço escasso e cada posse disputada como se fosse a última. Nuns playoffs onde tanto se falou de “super equipas”, aqui está um duelo onde o coletivo dita tudo, mesmo quando há superestrelas envolvidas.

Rivalidade antiga, ambições novas

No Este, a história repete-se, agora com novas personagens. New York Knicks e Indiana Pacers voltam a encontrar-se numa final de conferência, revivendo um clássico dos anos 90 que, em 2025, ganha uma roupagem moderna e eletrizante, com Patrick Ewing como adepto e Reggie Miller a comentar na TV. Os Knicks estão de volta às finais do Este pela primeira vez desde 2000, empurrados por um Madison Square Garden incandescente e por uma equipa moldada na identidade do seu treinador. Os Pacers regressam pelo segundo ano consecutivo, mais profundos, mais rápidos, mais eficazes — e com Rick Carlisle, campeão em 2011, no comando.
É um confronto de estilos. Os Knicks vivem do meio-campo, do jogo físico, da disciplina tática e do ritmo cadenciado de Jalen Brunson, que tem assumido o papel de líder sem falhas. À sua volta, Karl-Anthony Towns tem alternado momentos de inspiração com alguns apagões, mas continua a ser um criador essencial para abrir o campo. Josh Hart é o coração da equipa, OG Anunoby o seu tampão defensivo e Mikal Bridges em subida de rendimento.
Indiana é tudo menos previsível. Com um dos ataques mais letais da pós-temporada, a equipa de Rick Carlisle joga a um ritmo frenético, corre mesmo depois de sofrer cestos e tem múltiplas fontes de marcação de pontos. Haliburton é o catalisador, mas jogadores como Pascal Siakam, Andrew Nembhard, Aaron Nesmith ou Myles Turner surgem sempre no momento certo. O mais impressionante? A eficácia. Nenhuma equipa tem uma “effective field goal percentage” tão alta nos playoffs como os Pacers — e fazem-no com um estilo descomplexado, generoso na circulação de bola e irreverente nas transições.
No banco, temos um embate entre dois polos opostos. Carlisle é o xadrezista, o mestre das adaptações, o homem que desmonta defesas com uma mudança de peça. Tom Thibodeau é o general, o obcecado pela entrega total, mas que tem surpreendido pela flexibilidade táctica. Este duelo pode ser tão decisivo como qualquer “matchup” dentro das quatro linhas. E depois há o peso simbólico. Os Knicks passaram décadas a viver de glórias antigas. Agora querem escrever novas. Os Pacers continuam a ser os eternos subestimados — e é precisamente aí que mora a sua força.

Um novo ciclo começou

É tentador olhar para estas finais de conferência como uma excentricidade. Mas não são. São o reflexo de uma liga em mutação. Os velhos gigantes estão a reavaliar os seus projetos. Os novos tubarões estão a emergir com talento, estrutura e zero paciência.
Shai. Ant. Brunson. Hali. O mais velho tem 28. Todos estão habituados a ter a bola quando conta. Nenhum quer adiar o futuro. A sucessão não é um processo cerimonial. É uma tomada de poder. E está a acontecer agora.

Por Ricardo Brito Reis

Comentador de NBA na Sport TV
Fundador do Borracha Laranja
Host do podcast Bola ao Ar