“Quando as gaivotas seguem um barco é porque pensam que vão atirar sardinhas ao mar.” Foi assim que Eric Cantona, francês génio do futebol nos anos 90, começou e acabou uma mediática conferência de imprensa que encerrava o processo disciplinar a judicial que tinha sido instaurado depois de pontapear um adepto do Crystal Palace, momentos depois de ter sido expulso.
Para perceber esta história, nada como recordar como tudo começou, a 22 de janeiro de 1995, na visita do Manchester United ao terreno do Crystal Palace.
Corria o minuto 48 quando Eric Cantona é expulso, depois de um retribuir com um pontapé a uma entrada mais dura de Shaw, jogador adversário. O árbitro não hesita e mostra-lhe o cartão vermelho. Cantona, de 29 anos, estrela francesa do Manchester United, nem reclama e começa a dirigir-se para os balneários. O verdadeiro episódio haveria de começar em poucos segundos.
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Ao passar junto a um adepto do Palace, Cantona reage a insultos com um pontapé voador por cima dos painéis publicitários, ao que se seguiram alguns socos a um adepto, até que os seguranças conseguiram segurar o jogador do United. Foram apenas cinco segundos, mas que chocaram o mundo do futebol.
Eric foi suspenso e acusado criminalmente. A Federação suspendeu-o por oito meses e não jogou mais até ao final da temporada 1994/95. Os tribunais condenaram-no a uma pena de prisão de duas semanas, convertida depois a 120 horas de trabalho comunitário. Para encerrar o processo, o jogador foi também obrigado a fazer uma conferência de imprensa onde era obrigado a falar.
Cantona, porém, não pediu desculpas nem se justificou, como muitos esperavam. Em vez disso, deixou apenas uma frase. “Quando as gaivotas seguem um barco é porque pensam que vão atirar sardinhas ao mar.” A expressão, que se tornou mítica, era enigmática, mas um recado para todos os que o tinham atacado nas semanas anteriores. Assim que terminou a frase, levantou-se e saiu.
Mas o melhor mesmo é recordar esse momento.