Esta terça e quarta-feira disputam-se as segundas mãos das meias finais da Liga dos Campeões, com o Inter a “receber” o rival da cidade, o AC Milan, enquanto o Real Madrid, campeão em título, viaja até Inglaterra para medir forças com o Manchester City, equipa que é neste momento a principal favorita a vencer a prova, isto de acordo com as odds da Betano.pt.
“Quanto vale a ausência de Rafael Leão? Mais ou menos 50 por cento. Ele tem a capacidade de mudar sozinho o rumo do jogo”, disse Christian Vieiri, antigo craque italiano, em declarações à Gazzetta dello Sport na antevisão da primeira mão das meias e acertou em cheio. É que o AC Milan perdeu em “casa” por 2-0 com o rival da cidade, numa partida em que o internacional luso ficou de fora devido a lesão.
Nesse encontro, os nerazzurri entraram a todo gás e aos 11 minutos já venciam por 2-0, com golos de Dzeko, aos 8’, e depois de Mkhitaryan, que viria a ser eleito o melhor jogador em campo. “Os primeiros minutos foram loucos, mas bons para nós. Não acontece todos os anos jogarmos as meias-finais. Nós fomos agressivos e tentámos pressionar alto. Tivemos a sorte de marcar dois golos cedo e depois controlámos o jogo”, disse Dzeko no fim da partida.
Simone Inzaghi, cuja continuidade no comando técnico no Inter para a próxima temporada ainda não é certa, colocou água na fervura. “Foi um grande jogo! Estamos em vantagem ao fim dos primeiros 90’, mas falta um jogo. O público e os adeptos estiveram connosco, mas ainda teremos de fazer um enorme esforço para realizar um sonho”. Recorde-se que esta foi a sétima partida nesta edição da Champions em que a equipa de Inzaghi não sofreu qualquer golo, o máximo até hoje na história da competição.
O AC Milan está em busca da sua oitava Liga/Taça dos Campeões Europeus – a última foi em 2006/07 – e o Inter Milão tenta chegar ao quarto troféu, tendo o último sido alcançado em 2009/10, sob liderança técnica de José Mourinho. Com a abolição da regra dos golos fora, e tendo em conta que ambos os clubes partilham estádio, está ainda tudo em aberto nesta eliminatória, já que os rossoneri podem retribuir o resultado neste segundo encontro, ainda assim, como é natural, o favoritismo recai para o Inter, como provam as odds da Betano.pt.
No caminho até às meias-finais da Champions, o Inter Milão terminou a fase de grupos da Champions na segunda posição, com três vitórias, um empate e duas derrotas, totalizando 10 pontos, tendo ficado atrás de Bayern Munique (18 pontos, só com vitórias) e à frente de FC Barcelona (7 pontos) e Viktoria Plzen (não pontuou). Na fase a eliminar, os “nerazzurri” afastaram duas equipas portuguesas. Primeiro, o FC Porto, tendo ganho por 1-0 no Giuseppe Meazza e empatado sem golos no Dragão, onde sofreram a bom sofrer, vendo duas bolas embater nos ferros da sua baliza nos últimos minutos. Nas meias-finais, começaram por ganhar ao Benfica no Estádio da Luz, por 2-0, e depois empataram a três bolas em Itália, desperdiçando uma vantagem de 3-1.
Dzeko, com quatro golos, é o melhor marcador da equipa na competição, à frente de Lukaku e Barella, ambos com três. Curiosamente, Lautaro Martínez, principal artilheiro da equipa no total da temporada, em competições oficiais, com 23 golos, só marcou por duas vezes na Champions.
Em relação ao AC Milan, o campeão italiano foi segundo classificado no seu grupo, tendo somado 10 pontos, fruto de três vitórias, um empate e duas derrotas, ficando atrás do Chelsea (13 pontos) e à frente de RB Salzburg (6 pontos) e Dínamo Zagreb (4). Nos oitavos de final bateu o Tottenham (1-0 em casa e 0-0 fora) e nos quartos de final o Nápoles (1-0 em San Siro e 1-1 no Estádio Diego Armando Maradona). O melhor marcador dos “rossoneri” nesta edição é Olivier Giroud, com 5 golos.
Recorde-se que Rafael Leão brilhou a grande altura na eliminatória com o Nápoles, nomeadamente na segunda mão, em que correu desde bem antes do meio-campo até oferecer o golo a Giroud. De resto, o internacional português tem-se destacado ao oferecer golos aos seus colegas nesta edição da prova, somando quatro assistências, tendo ainda apontado um golo, no triunfo por 4-0 no reduto do Dínamo Zagreb, na fase de grupos. Na época, soma 13 golos e 11 assistências, em todas as competições e a sua presença no onze inicial na segunda mão ainda está em dúvida.
Na ronda da Serie A do último fim de semana os rivais da cidade tiveram sortes diferentes: o Inter venceu em casa o Sassuolo, por 4-2, já o campeão em título perdeu fora com o Spezia, por 0-2. Com estes resultados, os nerazzurri são terceiros, com 66 pontos, enquanto os rossoneri ocupam o quinto lugar, com 61, e estão a cinco pontos da Lazio, quarta classificada.
Antes do jogo da semana passada, AC Milan e Inter Milão tinham-se defrontado por quatro ocasiões em competições internacionais, sempre na Liga dos Campeões, com o AC Milan a mostrar por que razão tem mais quatro troféus do que o rival: não tinha perdido ainda, somando duas vitórias e dois empates. O primeiro confronto ocorreu nas meias-finais da temporada de 2002/03, com 0-0 na primeira mão (0-0) e 1-1 na segunda mão, valendo ao AC Milan a regra dos golos fora. E se essa regra já era por muitos considerada absurda, tendo entretanto sido abolida, mais absurda foi neste caso, entre dois clubes que partilham o mesmo estádio. O AC Milan voltou a seguir em frente nos quartos de final da época de 2004/05, mas dessa vez de forma clara, tendo ganho os dois jogos, por 2-0 e 3-0.
Stefano Pioli e Simone Inzgahi têm um longo histórico de confrontos enquanto treinadores, com clara vantagem para o atual técnico do Inter Milão (dez vitórias, quatro empates e cinco derrotas). Se analisarmos apenas as partidas entre AC Milan e Inter Milão, existe maior equilíbrio, com quatro triunfos para Inzaghi, dois para Pioli e dois empates, tendo o Inter Milão levado a melhor nos três últimos jogos: 1-0 a 5 de fevereiro para a Série A italiana, 3-0 a 18 de janeiro, na Supertaça italiana, e 0-2 na primeira mão das meias finais da Champions. No entanto, o AC Milan ganhou por 3-2 a 3 de setembro de 2022, na primeira volta da atual edição do campeonato transalpino.
Esta eliminatória é como se fosse uma final antecipada da prova, isto sem tirar mérito aos rivais de Milão que disputam a outra vaga no encontro decisivo da Champions, que terá lugar no dia 10 de junho, em Istambul, na Turquia. Na primeira mão, o Manchester City conseguiu um empate no terreno do Real Madrid, resultado que abre boas perspetivas aos comandados de Pep Guardiola, que são considerados favoritos à vitória neste segundo duelo, de acordo com as odds da Betano.pt.
Aos 36 minutos, Vinicius Jr deu vantagem aos merengues, mas Kevin De Bruyne fez o resultado final a meio da segunda parte. Esta partida ficou marcada ainda por alguma polémica, com os espanhóis a criticarem a atuação do árbitro Artur Soares Dias. Além disso, e como curiosidade, convém recordar que Guardiola não fez qualquer substituição, algo que não acontecia num jogo da competição desde 2007. Na altura foi Alex Ferguson a não mexer na equipa, quando seu Manchester United defrontou o AC Milan, na altura treinado por Carlo Ancelotti, atual técnico dos merengues. No fim do jogo, o espanhol explicou a decisão: “Pensei que os jogadores que estavam em campo estavam bem. Os que estavam têm impacto, sabem segurar a bola, e o Real tem jogadores que sabem sair em transições, se o jogo ficasse louco não teríamos nível tão bom como o deles”.
Jack Grealish, que ultimamente tem sido mais vezes titular do que acontecia no passado, criou seis oportunidades de golo para os seus colegas neste encontro, o máximo num jogo no Santiago Bernabéu, desde que Diego, ex-FC Porto, registou sete quando representava o Werder Bremen. Ainda no City, destaque para um dos suspeitos do costume, o médio belga Kevin De Bruyne, que com mais um golo marcado fora da área, vai em sete para um total de 14 apontados na Liga dos Campeões: é o jogador na história da prova com melhor percentagem de golos anotados de longe, tendo em conta o número total de golos marcados: 50 por cento.
Como já foi referido, esta é a verdadeira final antecipada da Liga dos Campeões. De um lado, o atual campeão europeu, com 14 conquistados – o dobro do segundo clube mais titulado, AC Milan, que tem sete – do outro o Manchester City, “obcecado” em ganhar a prova pela primeira vez e que é, desde o início da época, o principal candidato a fazer a festa no dia 10 de junho, em Istambul.
Refira-se que no banco do Real Madrid está Carlo Ancelotti, o treinador que mais vezes ganhou a Liga dos Campeões (quatro). O italiano fê-lo ao serviço de AC Milan (2002/03 e 2006/07) e Real Madrid (2013/14 e 2021/22). Pep Guardiola, técnico do Manchester City, venceu a prova em duas ocasiões, ambas pelo FC Barcelona, em 2008/09 e 2010/11.
No confronto direto entre estes conceituados treinadores, a vantagem é de Guardiola, que venceu cinco dos nove confrontos, com Ancelotti a triunfar noutros três e houve ainda o empate – o da primeira mão desta eliminatória. No entanto, o caso muda de figura quando analisamos apenas os encontros na Liga dos Campeões, com o italiano a vencer três dos cinco duelos e o espanhol apenas um.
Curiosamente, todos os anteriores encontros da Champions foram igualmente nas meias-finais. Em 2013/14, o Real Madrid de Ancelotti ganhou em casa ao Bayern Munique de Guardiola por 1-0 e depois escandalizou o Allianz Arena com um concludente 4-0. Já na temporada transata, naquela que entrou para a história como uma das melhores eliminatórias de sempre, o Manchester City de Guardiola adiantou-se no Etihad Stadium, ganhando por 4-3. No entanto, os “blancos” deram a volta no Bernabéu, ganhando por 2-1 e forçando a um prolongamento, no qual estabeleceram o 3-1 final, com um golo de Benzema. E, recorde-se, o Real Madrid perdia por 0-1 aos 90 minutos, com Rodrygo a bisar em período de descontos, obrigando à realização do tempo extra de 30 minutos. Depois, na final, o Real Madrid derrotou na final o Liverpool FC por 1-0, com golo de Vinícius Junior.
Para chegar ao jogo decisivo na corrente temporada, os “merengues” começaram por ganhar o seu grupo, com quatro vitórias, um empate e uma derrota, totalizando 13 pontos, mais um do que o RB Leipzig, segundo colocado. O Shakhtar Donetsk terminou com 6 pontos e o Celtic com 2. A partir dos oitavos de final, foi só vitórias: 5-2 em Anfield, com o Liverpool FC e 1-0 no Bernabéu e, depois, um duplo 2-0 ao Chelsea. No total, marcou 26 golos e sofreu 9. Vinícius Júnior (7 golos) e Rodrygo (5 golos) são os artilheiros dos “merengues” nesta edição.
Quanto ao Manchester City, também conquistou o seu grupo, com quatro vitórias e dois empates, totalizando 14 pontos, mais cinco do que o segundo colocado, Borussia Dortmund. O Sevilha FC terminou com 5 pontos e o FC Copenhaga com 2. Nos oitavos de final, começou por empatar a uma bola no terreno do RB Leipzig, “despachando” os alemães por 7-0 em Inglaterra, enquanto nos quartos de final bateu o Bayern Munique, em casa, por 3-0, empatando a uma bola no Allianz Arena. No total da competição, marcou 27 golos e sofreu 5.
Como não poderia deixar de ser, Halland foi quem mais faturou, com impressionantes 12 golos em oito jogos. De resto, o ponta de lança norueguês soma 35 golos em 27 desafios no seu histórico na prova, ao serviço de Red Bull Salzburg, Borussia Dortmund e Manchester City. E foi apenas o terceiro jogador a conseguir marcar mais do que quatro golos num jogo da Champions, feito que alcançou ao marcar por cinco vezes ao RB Leipzig. Os outros futebolistas que conseguiram apontar mais do que quatro golos também fizeram balançar as redes por cinco vezes (Luiz Adriano, pelo Shakhtar Donetsk em 2014 e Lionel Messi, ao serviço do FC Barcelona em 2016). De referir que o atacante de 22 anos nunca defrontou o Real Madrid.
Os portugueses Rúben Dias e Bernardo Silva deverão estar no onze inicial de Pep Guardiola e, tal como o clube que representam, estão em busca da primeira Liga dos Campeões da carreira. Existe enorme equilíbrio no histórico de confrontos entre Real Madrid e Manchester City: em nove desafios, todos a contar para a Liga dos Campeões, houve três triunfos para cada equipa e outros três empates. Se olharmos apenas para as eliminatórias, houve duas qualificações dos “merengues” e uma dos “citizens”.
As duas equipas chegam a este duelo na sequência de triunfos na liga doméstica (o City venceu fora o Everton, por 3-0, já os blancos bateram em casa o Getafe, por 1-0), sendo que os pupilos de Guardiola estão mais próximos da revalidação do título, isto depois da derrota do Arsenal, enquanto o Real Madrid viu o rival FC Barcelona a sagrar-se campeão.