Esta quarta-feira, 17 de agosto, o Benfica começa a jogar a cartada decisiva de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, defrontando o Dínamo Kiev fora de casa, mas em Lodz, na Polónia, devido à guerra na Ucrânia. O segundo jogo será no Estádio da Luz, na terça-feira, 23 de agosto. Caso passe este play-off, a equipa portuguesa entrará para o lote de 32 formações com acesso ao tão desejado “pote dos milhões”. Podes apostar neste jogo no site da Betano.pt e fica a saber que o Benfica é francamente favorito.

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Benfica só sabe ganhar

O Benfica chegou ao play-off depois de eliminar o FC Midtjylland com total tranquilidade (vitória por 4-1 na Luz e por 3-1 na Dinamarca) enquanto o Dínamo Kiev já teve necessidade de ultrapassar duas eliminatórias. Primeiro, bateu o Fenerbahçe de Jorge Jesus – 0-0 em Lodz e triunfo por 2-1, após prolongamento, na Turquia – e triunfo em Lodz diante do Sturm Graz por 1-0 e nova vitória na Áustria, por 2-1 e outra vez após tempo extra. 

David Neres, poupado nos últimos dois jogos, deve estar apto a dar o seu contributo nesta primeira mão do play-off. O Benfica chega a esta eliminatória 100 por cento vitorioso na nova época. Primeiro, nos seis jogos de preparação e depois, nos quatro desafios oficiais (dois da Liga portuguesa e dois da terceira pré-eliminatória da Champions). O melhor marcador é Gonçalo Ramos, com quatro golos nos quatro encontros oficiais realizados. De resto, foi o jovem ponta de lança a marcar o único golo do último Casa Pia-Benfica. 

O Dínamo Kiev soma uma vitória, dois empates e uma derrota nos 90 minutos, em jogos oficiais, todos na Liga dos Campeões, pois como é sabido o campeonato ucraniano está parado. No entanto, como já vimos, uma das igualdades e a derrota “transformaram-se” em vitórias, após prolongamento. Curiosamente, o seu melhor marcador é o defesa direito Oleksandr Karavaev, com dois golos, mas a estrela da companhia é o extremo direito Viktor Tsygankov, autor de um dos golos no prolongamento com o Sturm Graz.  Refira-se que os ucranianos não vão poder contar com o contributo de Sydorchuk e Garmash nesta primeira mão, uma vez que estão castigados.

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Lucescu e Dínamo Kiev pouco felizes no histórico com o Benfica

Já se percebeu que a equipa comandada por Mircea Lucescu mostra que sabe sofrer e dar o golpe final no momento decisivo. Por falar nesta autêntica “velha raposa” do futebol mundial, de 77 anos, importa ver os resultados que alcançou quando defrontou o Benfica. Em quatro desafios, obteve uma vitória e um empate e foi derrotado por duas vezes. Curiosamente, foi na estreia que conseguiu o único triunfo: 1-0 na Luz, ao serviço do Shakhtar Donetsk, para a fase de grupos da Liga dos Campeões da época de 2007/08. No entanto, na Ucrânia, os encarnados levaram a melhor, por 2-1 e terminaram o grupo em terceiro lugar, acedendo aos 16 avos de final da Taça UEFA, enquanto o Shakhtar Donetsk ficou na última posição.

Na temporada passada, Benfica e Dínamo Kiev, com os ucranianos já orientados por Lucescu, encontraram-se na fase de grupos da Liga dos Campeões. Primeiro, verificou-se    empate sem golos, na Ucrânia e depois, na Luz, as águias ganharam por 2-0. E os encarnados seguiram em frente na competição, graças ao segundo lugar que obtiveram, enquanto os ucranianos ficaram em último lugar.

No que se refere exclusivamente ao histórico com o Dínamo Kiev, as contas são ainda mais favoráveis para o Benfica, que soma quatro vitórias, um empate e uma derrota. E tal como aconteceu no caso de Lucescu, o único desaire das águias foi no jogo de estreia (0-1 em Kiev, em desafio da fase de grupos da Liga dos Campeões de 1991/92). No entanto, a resposta do Benfica na Luz nessa mesma fase foi implacável, com um concludente 5-0. Seguiu-se novo duplo confronto na fase de grupos da Champions, em 2016/17, com dois triunfos portugueses (2-0 fora e 1-0 em casa) e os já mencionados empate e vitória do Benfica na temporada transata. 

Dínamo Kiev ligado a três pontas de lança do Benfica

O Dínamo Kiev está ligado a três pontas de lança que jogaram no Benfica (um ainda joga), por razões distintas. Em 1991, Rui Águas, em desafio já aqui referido a contar para a antiga Taça dos Campeões, na única derrota do Benfica com este rival, fraturou a tibiotársica, com rotura de ligamentos, e ficou afastado dos relvados longos meses. A verdade é que já tinha 31 anos e não mais voltou a ser o mesmo jogador.

Serguei Yuran é outro atacante com ligações entre os dois clubes. Foi precisamente nessa temporada de 1991/92 que trocou os ucranianos pelo Benfica. Curiosamente, quando chegou à Luz, em julho de 1991, a Ucrânia ainda fazia parte da União Soviética, tendo-se declarado independente a 24 de agosto desse ano, embora o reconhecimento internacional tenha surgido apenas em 1992. A história de Yuran no Benfica fez-se de alguns golos, muita polémica com as saídas noturnas na companhia dos compatriotas Kulkov e Mostovoi e uma posterior mudança para o FC Porto.

Por último, temos obviamente de nos referir a Yaremchuk, avançado que no verão de 2021 trocou o Dínamo Kiev pelo Benfica. O ucraniano marcou 9 golos em jogos oficiais na época de estreia de águia ao peito e esta temporada tem sido    suplente.

Sete qualificações e três eliminações na fase de qualificação

Esta será a décima vez que o Benfica terá de ultrapassar pré-eliminatórias da Liga dos Campeões para aceder à fase de grupos e o adeptos desejam que a tradição se mantenha, pois o clube conseguiu a qualificação em sete ocasiões, tendo sido eliminado em três.

A primeira experiência em pré-eliminatórias da Champions sucedeu em 1998/99, com sucesso, frente ao Beitar Jerusalém (6-0 na Luz e derrota por 2-4 em Israel). Seguiu-se, em 2003/04, o falhanço diante da Lazio, após duas derrotas (0-1 em casa e 1-3 em Itália). Em 2004/05, nova desilusão, pois depois de um triunfo em Lisboa por 1-0, a equipa treinada por Giovanni Trapattoni caiu com estrondo na Bélgica (0-3).

Em 20006/07 o Benfica conseguiu ultrapassar o Áustria Viena, empatando na Áustria a uma bola e ganhando por 3-0 em Lisboa, enquanto em 2007/08 o FC Copenhaga foi “despachado” com dupla vitória (1-0 e 2-1), naquele que foi o único confronto com uma equipa escandinava em fases de qualificação.

Em 2011/12 o Benfica teve de ultrapassar duas eliminatórias para chegar à fase de grupos: primeiro, afastou o Trabznospor (2-0 em casa e 1-1 fora) e depois o Twente (2-2 na Holanda e 3-1 na Luz).

Após um hiato de sete anos, as águias tiveram de voltar à ação na qualificação para a fase de grupos, em 2018/19 e tiveram sucesso: primeiro, afastaram o Feyenoord (1-0 em casa e 1-1 fora) e depois o PAOK (1-1 na Luz e uma estrondosa vitória na Grécia, por 4-1).

Em 2020/21 houve reencontro com o PAOK, mas desta vez, as coisas não correram bem, com a equipa de Abel Ferreira a seguir em frente, após ganhar por 2-1, na Grécia, em eliminatória a uma só mão. Finalmente, na temporada transata, o Benfica conseguiu a qualificação, depois de superar Spartak Moscovo, com duplo triunfo por 2-0 e depois o PSV Eindhoven. Ao triunfo por 2-1 na Luz, seguiu-se uma igualdade sem golos nos Países Baixos, depois de jogar desde os 32 minutos com menos um jogador, devido à expulsão de Lucas Veríssimo. Foi um bom prenúncio para o que se seguiu, com o Benfica a passar a fase de grupos e os oitavos de final, perante o Ajax, só sendo travado pelo Liverpool FC nos quartos de final.

E, finalmente, esta temporada, os encarnados passaram com sucesso a terceira pré-eliminatória, diante do FC Midtjylland.