Argentina e Brasil disputam na madrugada de sábado para domingo (01h00 em Portugal Continental) a mais aguardada final da Copa América. As duas seleções emblemáticas do continente americano não se encontravam no jogo decisivo da competição há 14 anos. Nessa ocasião, em 2007, a “amarelinha” foi mais forte, triunfando por concludentes 3-0.
Apesar do encontro ser disputado no Maracanã, o maior santuário do futebol brasileiro, é a Argentina que surge como anfitriã, por razões de sorteio. Pode apostar e ver este desafio em Livestream na Betano.pt e saiba que o Brasil é favorito, mas não por grande margem.
No caminho até à final do Rio de Janeiro, a Argentina começou a meio gás com um empate (1-1) com o Chile, mas somou três vitórias nos outros encontros da fase de grupos (Uruguai, Paraguai e Bolívia). Nos quartos de final, a seleção celeste despachou o Equador por 3-0 e nas meias-finais eliminou a Colômbia após a marcação de grandes penalidades (1-1 no final do tempo regulamentar). A grande figura foi o guarda-redes Emiliano Martínez, com três penáltis defendidos.
Na fase de grupos, o Brasil alcançou três vitórias (Venezuela, Peru e Colômbia) e um empate com o Equador, quando já tinha assegurado o primeiro lugar. Nos quartos de final, derrotou o Chile por 1-0 e nas meias-finais bateu o Peru pelo mesmo resultado.
Aquela que tem sido apelidada como “final perfeita” opõe dois dos países com maior rivalidade em todo o mundo. Dentro, mas também fora do futebol. Se nos cingirmos ao desporto-rei, os argentinos levam vantagem na Copa América (14 troféus, contra 9 da seleção brasileira). No entanto, o Brasil apresenta melhores números no Campeonato do Mundo, com cinco troféus (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002) e na Taça das Confederações, que venceu em quatro ocasiões (1997, 2005 , 2009 e 2013). A Argentina venceu o Mundial duas vezes (1978 e 1986) e só tem uma Taça das Confederações no museu (1992). Contas feitas, são 18 troféus para o Brasil e 17 para a Argentina.
Brasil e Argentina defrontaram-se por 106 vezes em partidas oficiais, com ligeira vantagem “canarinha”: 43 vitórias, 38 derrotas e 25 empates. Se nos cingirmos a território brasileiro, onde vai ser disputada a final da Copa América, o domínio brasileiro é bem mais expressivo: 23 triunfos, dez desaires e sete igualdades.
Existe um notório equilíbrio nos últimos dez confrontos, com quatro vitórias para cada lado e dois empates. A última ocasião em que se encontraram foi num amigável realizado a 15 de novembro de 2019, em Riade, capital da Arábia Saudita. A Argentina levou a melhor por 1-0, golo de Lionel Messi.
Por falar em Messi, a questão que o mundo coloca é se será finalmente desta que o astro argentino vai conquistar um troféu internacional pela seleção A da Argentina. É incrível, mas verdadeiro: o jogador do Barcelona ainda procura esse feito e a verdade é que presenças em finais não têm faltado. Os dois únicos troféus que alcançou foram o Mundial de sub-20, em 2005 e os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
A primeira desilusão numa final foi em 2007, na já referida final da Copa América que terminou com vitória gorda do Brasil, por 3-0. Em 2014, a Argentina perdeu o jogo decisivo com a Alemanha, por 1-0, e no ano seguinte o Chile foi mais forte na final da Copa América, triunfando nas grandes penalidades. Em 2016, mais uma desilusão na final da Copa América. Outra vez com o Chile. E de novo nas grandes penalidades. Aliás, o próprio Messi falhou da marca dos 11 metros e foi alvo de muitas críticas no seu país. Chegou inclusivamente a renunciar à seleção, mas rapidamente regressou.
As últimas notícias provenientes dos meios de comunicação sociais argentinos garantem que apesar de apresentar algumas dores num tornozelo, na sequência de uma entrada dura sofrida no jogo com a Colômbia, Messi estará apto a defrontar o Brasil e a lutar pela sua primeira grande conquista pela seleção das pampas. E a avaliar pela magnífica exibição que protagonizou nas meias-finais com a Colômbia, a defesa do Brasil que se cuide.
Nos brasileiros, o grande ausente será Gabriel Jesus, suspenso por dois jogos na sequência do cartão vermelho que viu nos quartos de final, diante do Chile. Grande parte dos olhares na “amarelinha” estarão como habitualmente direcionadas para Neymar. O avançado tem estado em bom plano nesta Copa América e procura o segundo troféu pela seleção A brasileira, depois de ter ganho a Taça das Confederações em 2013. Mas no futuro deverá dispor de mais oportunidades do que Messi, em face da sua maior juventude (29 anos, contra 34 do argentino).
Esta final contará com a participação de alguns jogadores que alinham em Portugal. Haverá um curioso despique entre Otamendi e Everton Cebolinha, companheiros de equipa no Benfica. A imprensa brasileira tem avançado que o avançado dos encarnados é forte hipótese para render Gabriel Jesus no onze inicial, lutando pela vaga com Firmino e Gabriel Barbosa. Já Marchesín, guarda-redes do FC Porto, ficará certamente de fora.
O Brasil conta ainda com o ex-benfiquista Ederson e com os ex-portistas Danilo, Thiago Silva (só jogou na equipa B dos dragões) e Casemiro, todos prováveis titulares. Fora do onze deverão ficar Éder Militão e Alex Sandro, outros dois antigos futebolistas do FC Porto.
Irá o Brasil revalidar o título ou, em vez disso, será Messi a quebrar o enguiço de finais perdidas?