Athletico Paranaense e Flamengo disputam a final da Taça dos Libertadores a 29 de outubro, no Estádio Monumental, em Guaiaquil (Equador). Recorde-se que o Palmeiras de Abel Ferreira foi o vencedor das duas últimas edições, mas desta vez ficou-se pelas meias-finais, eliminado pelo Athletico Paranaense. Em 2019 tinha sido outro técnico português a celebrar, no caso Jorge Jesus, precisamente ao serviço do Flamengo, finalista da atual edição. Em 2022 a honra poderá pertencer a Luiz Felipe Scolari, outro velho conhecido do futebol português, mas para isso terá de “passar a perna” ao mais cotado Flamengo.
O antigo selecionador nacional de Portugal é o treinador do Athletico Paranaense e prepara-se para disputar a sua quarta final da Libertadores, procurando a terceira conquista. E caso tenha sucesso, passará a ser o primeiro técnico a ganhar a prova por três clubes diferentes, superando Carlos Bianchi, que apesar de contar com quatro troféus, conseguiu-o apenas ao serviço de dois emblemas (Vélez Sarsfield e Boca Juniors). De resto, só Felipão e Bianchi ganharam a prova por mais do que um clube.
Felipão tornou-se ainda no segundo treinador a disputar mais finais de Libertadores, igualando as quatro de Roberto Scarone e Luis Cubilla, apenas atrás de Carlos Bianchi, que tem cinco.
Renato Gaúcho é o único treinador que, tal como Scolari, chegou à final ao serviço de três emblemas diferentes, mas o atual treinador do Grémio de Porto Alegre só venceu um dos jogos decisivos. Em 2008, ao serviço do Fluminense, perdeu com a Liga Deportiva Universitaria, em 2017, pelo Grémio de Porto Alegre, bateu o Lanús e em 2021, no comando do Flamengo, foi derrotado pelo Palmeiras de Abel Ferreira.
A primeira vez de Scolari no jogo decisivo foi em 1995, ao serviço do Grémio de Porto Alegre, levando os tricolores ao triunfo, com um empate a uma bola e uma vitória por 3-1 diante do Atlético Nacional (só a partir de 2018 é que a final passou a ser disputada a uma só mão). Em 1999, voltou a ganhar, desta vez pelo Palmeiras, frente ao Deportivo Cali (vitória por 1-0 e derrota por 1-0, com o “verdão” a ser mais competente no desempate por penáltis). Em 2000, de novo no Palmeiras, teve a única derrota (2-2 e 0-0 com o Boca Juniors, com os argentinos mais fortes nas grandes penalidades).
De resto, o palmarés do antigo selecionador nacional de Portugal em competições oficiais é impressionante, somando sete títulos internacionais – com destaque para as já referidas duas conquistas na Libertadores – e 20 títulos nacionais, com realce para dois campeonatos brasileiros (Grémio de Porto Alegre em 1996 e Palmeiras em 2018) e três campeonatos chineses, pelo Guangzhou Evergrande, entre 2015 e 2017.
O Ahletico Parananse é um clube inexperiente nestas andanças, tendo chegado à sua segunda final, depois da derrota em 2005, com o São Paulo FC. E o início da campanha na Libertadores desta temporada não augurava nada de bom para a formação de Curitiba: quando Felipão substituiu Fábio Carille no comando técnico, a equipa era última classificada no seu grupo, após quatro jornadas. Com o antigo selecionador nacional tudo mudou e a equipa começou por vencer o Club Libertad por 2-0 e o Caracas por 5-1, seguindo para os oitavos de final em segundo lugar, com os mesmos 10 pontos do primeiro, o Club Libertad.
O oponente nos oitavos de final, curiosamente, voltou a ser o Club Libertad, com os brasileiros a ganharem em casa por 2-1 e a empatarem 1-1 fora. Na primeira mão dos quartos de final, o Athletico Paranaense não foi além de uma igualdade sem golos em casa, diante do Estudiantes de La Plata, mas ganharam na Argentina por 1-0 – e nas meias-finais bateu o pé ao favorito Palmeiras, de Abel Ferreira (1-0 em casa e 2-2 fora). Neste último jogo, Scolari não esteve no banco, pois fora expulso na primeira mão.
O ponta de lança Pablo tem sido uma das grandes figuras da equipa nesta edição, tendo já apontado nove golos. Por outro lado, a experiência de Fernandinho, 37 anos, ex-jogador do Manchester City, também tem sido muito importante para Scolari, aguardando-se com expetativa pelo duelo com Arturo Vidal, outro veterano com grande nome no futebol mundial e que aos 35 anos continua a dar cartas no meio-campo do Flamengo.
Flamengo que, curiosamente, tem exatamente o mesmo registo de Scolari na maior competição internacional da América do Sul: disputou três finais, com duas vitórias (1981, diante do Deportes Cobreloa e 2019, sob orientação de Jorge Jesus, frente ao River Plate) e derrota no ano passado, com o Palmeiras de Abel Ferreira. Comparando com o Athletico Paranaense no caminho até à final de 2022, o Flamengo foi bem mais impositivo, somando 11 vitórias, um empate e zero derrotas, com 32 golos marcados e 8 sofridos.
O “rubro-negro” dominou o seu grupo a bel-prazer, somando 16 pontos em 18 possíveis diante de Sporting Cristal, CA Tallares e Universidade Católica. Nessa fase, o treinador foi o português Paulo Sousa, entretanto substituído por Dorival Júnior.
Já com o novo treinador, o “mengão” ganhou os seis desafios na fase a eliminar, tendo “despachado”o Tolima nos oitavos de final (1-0 fora e 7-1 em casa), levado a melhor sobre o Corinthians de Vítor Pereira nos quartos de final (2-0 fora e 1-0 em casa) e nas meias-finais deu recital diante do Vélez Sarsfield (4-0 na Argentina e 2-1 no Brasil). O ponta de lança Pedro tem estado em grande destaque na competição, com 12 golos apontados.
Refira-se que este será apenas o segundo jogo em terreno neutro entre Athletico Paranaense e Flamengo, com o “mengão” a levar a melhor por 1-0 em 2002, na Copa dos Campeões. Se analisarmos todo o histórico de confrontos oficiais, existe enorme equilíbrio, com 29 vitórias do Flamengo, 26 do Athletico e 18 empates.
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Esta será a terceira final consecutiva entre clubes brasileiros, depois do Palmeiras-Santos e do Palmeiras-Flamengo. Mas se nas duas últimas ocasiões foi o técnico português Abel Ferreira a levantar o troféu – tal como o compatriota Jorge Jesus em 2019 – desta vez existe a certeza de que será um treinador brasileiro a ganhar, restando saber se será Luiz Felipe Scolari ou Dorival Jr.
A última vez que dois técnicos brasileiros chegaram à final sucedeu em 2006, com o Internacional de Porto Alegre, comandado por Abel Braga, a levar a melhor sobre o São Paulo FC de Muricy Ramalho. E o último técnico brasileiro a conquistar o cetro foi Renato Gaúcho, em 2017, quando liderou o Grémio de Porto Alegre a um triunfo frente aos argentinos do Lanús por 2-1.
2021 Palmeiras-Flamengo (2-1)
2020 Palmeiras-Santos (1-0)
2019 Flamengo-River Plate (2-1)
2018 River Plate-Boca Juniors 2-2 e 3-1 (a.p.)
2017 Club Atlético Lanús-Grémio de Porto Alegre (0-1 e 1-2)
2016 Atlético Nacional-Independente del Valle (1-1 e 1-0)
2015 River Plate-Tigres UANL (0-0 e 3-0)
2014 San Lorenzo de Almagro-Club Nacional Asunción (1-1 e 1-0)
2013 Atlético Mineiro-Club Olimpia (0-2 e 2-0, 4-0 g.p.)
2012 Corinthians-Boca Juniors (1-1 e 2-0)