São cinco contra cinco e no final ganham os Miami Heat. Esta frase, adaptada do clássico do futebol “são onze contra onze e no final ganha a Alemanha” serve quem nem uma luva no que o conjunto da Florida está a fazer nestes playoffs. Depois de eliminar as três equipas mais fortes do Este (Bucks, Sixers e Celtics), o novo campeão da conferência vai agora medir forças com os Denver Nuggets na final da NBA. Podes apostar em todos os jogos na Betano.pt e fica desde já a saber que os Nuggets são favoritos à conquista dos anéis.
O que os Miami Heat têm feito nesta fase a eliminar da melhor liga de basquetebol do mundo é algo que ficará para sempre na história da competição, mesmo que percam a final com os Nuggets, que chegaram a esta fase com muito mérito, mas de uma forma mais previsível, já que estamos a falar da formação que teve o melhor registo no Oeste durante a fase regular e foi a segunda melhor no total, só atrás dos Bucks.
Os Heat, que chegaram à final pela última vez em 2020 (sucumbiram perante os Lakers), tiveram que disputar o play-in, em que perderam primeiro com os Atlanta Hawks e depois bateram os Chicago Bulls, para assim garantirem a oitava posição e rumarem aos playoffs. Na primeira ronda derrotaram os Milwaukee Bucks, o principal candidato ao título, por 4-1, seguiram-se os New York Knicks (4-2) e, finalmente, os Boston Celtics (4-3) na final de Conferência, numa eliminatória imprópria para cardíacos, e vingaram desta forma a eliminação da época passada perante este adversário, nesta mesma fase da prova.
No arranque dessa série, a ESPN, por exemplo, dava apenas 3% de favoritismo à formação da Miami, que entrou logo a todo o gás, vencendo os dois primeiros jogos em Boston. Depois, em casa, fizeram o 3-0 e aí parecia que o vencedor já estava encontrado – mesmo nesta altura, a ESPN continuava a considerar os verdes de Boston favoritos -, mas os Celtics tinham outros planos e venceram os três encontros seguintes. Chegou-se então ao jogo 7, algo que na NBA cria sempre muita expetativa, porque é uma partida que acarreta um peso emocional muito elevado, já que quem ganha segue em frente, quem perde vai de férias e na história da liga nunca uma equipa tinha conseguido virar um 0-3. Foram 150 vezes até esta final entre os Celtics e os Heat e, tudo indicava, que os verdes de Boston iriam ser a primeira formação a conseguir tal feito, já que vinham de três triunfos consecutivos, iam jogar a partida decisiva perante o seu público, tinham melhores jogadores e as estatísticas passadas estavam do seu lado: eram a equipa com melhor aproveitamento em jogos 7, com 75% de vitórias (27-9 no total e 22-5 em casa), enquanto os Heat eram uma das únicas sete formações sem qualquer triunfo forasteiro no sétimo encontro de uma eliminatória.
Com um TD Garden esgotado, os Celtics receberam e perderam contra os Heat, por 103-84, e juntaram-se a outras três equipas que conseguiram forçar o jogo 7 (Knicks em 1951, Nuggets em 1994 e Blazers em 2003), mas ficaram-se por aí. Neste decisivo encontro, as estrelas da casa estiveram apagadas (Tatum ficou-se pelos 14 pontos e Brown pelos 19), enquanto nos forasteiros Jimmy Butler (28 pontos) e Caleb Martin (26) foram os mais certeiros. Se no caso do primeiro, não é surpresa isso acontecer, já que é a estrela dos Heat, em relação a Caleb Martin estamos a falar de um jogador que até ao jogo seis desta ronda era suplente e que na fase regular não tinha conseguido marcar pelo menos 25 pontos em qualquer jogo. Diante dos Celtics, fê-lo em duas ocasiões e tem sido uma agradável surpresa na formação da Florida. Com este triunfo, e consequente apuramento para a final da NBA, os Heat são apenas a segunda equipa a conseguir tal feito, depois de terem entrado nos playoffs na oitava posição – a outra foram os Knicks em 1999 – e tornaram-se na primeira a vencer o jogo 7 fora de casa, isto depois de terem estado a ganhar por 3-0.
“Trata-se de um grupo incrível. Aqui estamos nós, com o nosso suor e sangue na cara. Penso que muitas pessoas identificam-se com esta equipa porque, por vezes, temos de sofrer pelas coisas que realmente queremos. Este grupo tem mostrado coragem quando há desilusões e fracassos inevitáveis”, disse Erik Spoelstra, técnico dos Heat, no final do jogo 7, equipa que vai agora atrás do quarto título de campeão, depois das conquistas de 2006, 2012 e 2013. Buttler, com médias de 24,7 pontos, sete ressaltos e seis assistências, Caleb Martin, com 19 pontos, seis ressaltos e cinco assistências, e Bam Adebayo, com 14 pontos e nove ressaltos, são os nomes fortes dos Heat para atacarem a final com os Nuggets.
Se o apuramento dos Heat para a final da NBA apanhou muita gente de surpresa, o mesmo não se pode dizer sobre os Denver Nuggets, ou não estivéssemos perante uma equipa que tem mantido a base dos últimos anos e, para esta temporada, acrescentou nomes importantes como Bruce Brown e Kentavious Caldwell-Pope. As estrelas maiores, essas, são Nikola Jokic, MVP duas vezes nos últimos três anos na fase regular, e Jamal Murray, que esteve afastado por lesão durante ano e meio e está melhor que nunca. Há ainda Michael Porter Jr. e Aaron Gordon, numa segunda linha, formando um quarteto de elevada qualidade nos dois lados do campo.
Os Nuggets começaram esta campanha por despachar os Wolves, por 4-1, seguiram-se os Phoenix Suns, por 4-2, e, na final de conferência, varreram os Lakers por 4-0 – esta foi, aliás, a primeira vassourada que a formação de Denver aplicou na sua história. Nikola Jokic acabou o duelo contra a formação de Los Angeles com médias de triplo-duplo (27,8 pontos, 14,5 ressaltos e 11,8 assistências) e bateu o recorde de Wilt Chamberlain de mais triplos duplos em playoffs (chegou aos oito), registo que datava desde 1967.
Mas se Jokic tem estado ao seu nível, Jamal Murray está melhor que nunca. O base passou por período complicado e falhou por completo a última temporada devido a lesão. Agora, quando a equipa mais precisa dele, o número 27 dos Nuggets vai com 32,8 pontos, seis ressaltos e cinco assistências por partida. Na eliminatória com os Lakers, a formação liderada por Mike Malone foi melhor durante a maior parte do tempo e conseguiu bloquear o poderio ofensivo dos californianos. Ainda assim, a atenção mediática recaiu quase sempre no conjunto que conta com LeBron James e Anthony Davis, para irritação de Mike Malone.
“Se ainda se está a falar dos Lakers na vésperas das finais, então isso é um problema dessas pessoas. Eles já estão de férias, enquanto nós vamos decidir o campeonato. Certamente, a narrativa deve ser sobre as duas equipas que ainda estão em prova. Chegar às finais é algo histórico para esta organização, pois Denver está aqui pela primeira vez. Não estamos satisfeitos só com isso, obviamente, mas é um enorme feito. Por isso, eu realmente espero que a narrativa esteja nos representantes das duas conferências e nos ótimos jogadores, além disso, que formam as equipas”, disse o técnico.
Ganhe quem ganhar, uma coisa é certa: este será o primeiro título para jogadores importantes da liga nos últimos anos: de um lado Jimmy Buttler e Bam Adebayo, do outro Jokic e Jamal Murray. Além disso, pode marcar o regresso da formação de Miami aos títulos dez anos depois, já para os Nuggets será a primeira vez que alcançam tal feito. Recorde-se que nas últimas quatro temporadas houve quatro campeões diferentes: Raptors (2019), Lakers (2020), Bucks (2021) e Warriors (2022).