Esta quarta-feira, às 20h, Fiorentina e Inter Milão disputam a final da Taça de Itália, numa partida em que o favoritismo recai para os nerazzurri, isto segundo as odds da Betano.pt. Ambos os conjuntos realizaram uma época abaixo das expetativas na Serie A, mas na Europa estão na disputa pela conquista de troféus: Fiorentina defronta o West Ham no jogo decisivo na Liga Conferência, enquanto Inter Milão mede forças com o Manchester City na Champions.
Os nerazzurri são os atuais detentores do troféu, isto depois de terem batido a Juventus na final da época passada. Além disso, contam no total com oito troféus no museu, mais dois que a formação viola, que não vence a competição desde 2001, numa altura em que contava com Rui Costa e Nuno Gomes no plantel e o treinador era Roberto Mancini, atual selecionador italiano. Para chegar à final, nove anos depois da última presença, a Fiorentina ultrapassou a Sampdoria, o Torino e nas meias finais bateu a duas mãos a Cremonese. Por outro lado, o conjunto de Milão eliminou o Parma, a Atalanta e na ronda anterior derrotou a Juventus.
Na ronda do último fim de semana da Serie A os dois conjuntos tiveram sortes diferentes: o Inter perdeu no campo do novo campeão Nápoles, por 3-1, já a Fiorentina empatou na casa do Torino, a uma bola. Com estes resultados, os nerazzurri são quartos classificados, a dois pontos da Lazio, e ocupam a última vaga que dá acesso à próxima edição da Champions – se vencerem a prova milionária entram diretamente na fase de grupos da competição -, enquanto a formação de Florença é apenas décima primeira, fora dos lugares europeus, mas isso pode não significar que fique de fora das competições da UEFA na próxima temporada: se vencerem a Liga Conferência ou a Taça de Itália irão participar na Liga Europa de 2023/2024 e, mesmo que percam estas finais, mas se o Inter Milão marcar presença na Champions, isso também abre portas para uma vaga europeia.
Até ao momento, os dois conjuntos já se defrontaram em 180 ocasiões, com o Inter a vencer 75 encontros, a Fiorentina 49 e houve ainda 56 empates. Se tivermos em linha de conta apenas partidas da Taça de Itália, há registo de dez duelos, com um maior equilíbrio: cinco triunfos para os nerazzurri, quatro para a formação viola e ainda uma igualdade. Esta temporada, curiosamente, nenhum dos conjuntos conseguiu bater o rival na sua casa: na primeira volta, o Inter venceu em Florença por 4-3, enquanto no segundo encontro coube à Fiorentina ir a Milão bater o adversário por 1-0, esta que foi a sua única vitória nos últimos dez encontros realizados entre as duas equipas – os interistas venceram seis e houve ainda três empates.
Simone Inzaghi, treinador do Inter Milão, vai atrás da terceira vitória nesta prova, isto depois de ter vencido na última época com os nerazzurri e em 2019 com a Lazio, já Vincenzo Italiano, técnico da Fiorentina, ainda não conquistou qualquer troféu na carreira, mas esta temporada já ninguém lhe tira ter chegado a duas finais. Ambas as formações têm as principais estrelas disponíveis para este encontro, no entanto, no Inter, Mkhitaryan está em dúvida e Skriniar encontra-se no estaleiro há vários meses.
Em Itália, ao contrário do que acontece noutros países, há poucas surpresas na Taça e isso deve-se ao formato da competição, o qual parece beneficiar os clubes mais fortes. Já na última época, Maurizio Sarri, treinador da Lázio, colocou o dedo na ferida na antevisão do jogo da sua equipa com o AC Milan, nos quartos de final da prova – os rossoneri viriam a golear os romanos por 4-0.
“Lamento que esta competição seja uma das mais antidesportivas do mundo. O sorteio decorre num lugar que ninguém conhece, feito por pessoas que ninguém sabe e está claramente feita para que certos clubes cheguem às fases mais adiantadas e ganhem o dinheiro dos direitos televisivos”, sublinhou o técnico.
As oito melhores equipas da Serie A só entram em prova nos oitavos de final da Taça, enquanto as restantes têm que realizar várias eliminatórias para chegarem a esta fase da competição. A última vez que o vencedor foi uma equipa fora do grupo dos clubes mais fortes de Itália (Juventus, Inter Milão, AC Milan, Nápoles, AS Roma, Lázio e Fiorentina) estávamos em 2001/02, ano em que o Parma conquistou o troféu, depois de bater a Juventus: derrota por 2-1 em Turim e vitoria caseira por 1-0. Além disso, só por uma ocasião é que a prova consagrou uma formação de um escalão secundário do futebol italiano: aconteceu em 1961/62 com o Nápoles, na altura a militar na Serie B.
Esta época, foi José Mourinho a criticar a competição, depois de garantir presença nos quartos de final da prova. “Não protege os clubes mais pequenos. Não anima quem tem um sonho e não estou a falar de nós. Estou a falar do Torino, que vence no campo do campeão italiano [Milan] e de seguida tem de jogar fora, porque, no ano passado, a Fiorentina terminou em sétimo e eles foram oitavos ou nonos. Não percebo isso. No ano passado, terminámos em sexto. No ano anterior, em sétimo. Quero apostar na Taça de Itália mas, se sou uma equipa de nível inferior, não quero jogar. Que motivação podem ter? Agora jogam fora porque o calendário assim o decidiu. Onde está a beleza da Taça de Itália?”, questionou.