Os motores já soaram no Bahrain, na primeira sessão oficial de testes da época 2025 da Fórmula 1, mas a competição a sério tem ignição agendada para 16 de março, em Melbourne, no GP da Austrália, numa época que se estende por 24 fins de semana, terminando a 7 de dezembro, em Abu Dhabi. Podes apostar em todas as corridas do Mundial no site Betano.pt.
A época 2025 promete ser memorável por vários aspectos, a começar por algo raro. A grelha vai contar com seis “rookies”, meia dúzia de jovens pilotos que, apesar de alguns deles já terem algumas corridas realizadas, será a primeira vez que vão arrancar como piloto oficial de uma equipa. São eles Kimi Antonelli (Mercedes), Ollie Bearman (Haas), Gabriel Bortoleto (Kick Sauber), Jack Doohan (Alpine), Isack Hadjar (Racing Bulls) e Liam Lawson (Red Bull).
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Mas os “rookies” são apenas um dos fatores de atração. Assim, falta saber se a McLaren continua na tendência evolutiva e dará luta à Red Bull e a Max Verstappen na luta pelo título. Como estará a Ferrari, com o reforço de peso, Lewis Hamilton? Ou o que poderá fazer Mercedes, ainda a tentar encontrar-se depois da mudança de regulamento. Ou a Aston Martin, a investir forte na evolução do monolugar, com Fernando Alonso à cabeça. E, claro, qual das equipas “mais pequenas” conseguirá dar o salto e integrar-se no primeiro pelotão.
Max Verstappen, campeão em título da Fórmula 1, tetracampeão, parte como o grande favorito à renovação do título. Tem sido dominador, especialmente nas últimas três temporadas, e, na pior das hipóteses, estará na luta por mais um campeonato. Mas esta época poderá afigurar-se a mais difícil deste a fantástica temporada de 2021, com os duelos com Lewis Hamilton. Isto se se confirmar a tendência evolutiva dos rivais, com a Mclaren à cabeça, que terminou a época de 2024 em grande.
Precisamente a McLaren, campeã de construtores em 2024, tem-se mostrado altamente competitiva. E, em muitos grandes prémios da última temporada, foi mesmo o melhor carro em pista. Lando Norris, vice-campeão, será o grande rival de Max Verstappen e não quererá dar pontos de avanço ao neerlandês que, em 2024, construiu uma vantagem confortável logo nas primeiras corridas. Norris, grande amigo de Max, está sedento de títulos e afirmou, na apresentação do novo carro, ter aprendido com os erros e espera estar num nível acima.
Na Ferrari estarão, eventualmente, dois candidatos ao título. Entre Charles Leclerc, piloto principal dos italianos nos últimos anos, e Lewis Hamilton, campeão mundial por sete vezes e grande reforço do ano para os rossoneri, falta saber quem terá primazia na discussão do primeiro lugar. Mas, mais importante ainda, é saber onde se posicionará o carro preparado em Maranello. Em 2024 a Ferrari mostrou-se capaz de dominar corridas, como aconteceu no Mónaco ou em Monza, mas também de ficar a anos luz dos primeiros. Que carro terão Hamilton e Leclerc nas mãos em 2025?
Pelas prestações demonstradas em 2023 e 2024, os Mclaren partem como o carro a abater nesta época de Fórmula 1. A segunda metade da época passada foi mesmo dominada pelos pilotos da equipa papaia, com cinco vitórias nas últimas 10 corridas a serem repartidas entre Lando Norris e Oscar Piastri. O piloto britânico, vice-campeão, pode ser um sério candidato ao título, isto caso a performance da Mclaren se mantenha e a equipa liderada por Zak Brown decida contrariar a sua própria tendência histórica das “papaia-rules”, em que nenhum dos pilotos tem primazia em relação ao colega de equipa, e, desta vez, nomeie um piloto como favorito à vitória. A curiosidade é muita para ver o que a equipa de Woking, em Inglaterra, terá para apresentar.
Se há curiosidade em redor da Mclaren, o que dizer da Ferrari que fez, há cerca de um ano, o movimento da década, ao garantir a contratação, para o biénio 2025/26, de Lewis Hamilton, campeão mundial por sete vezes? O britânico deixa a Mercedes, onde conquistou seis dos sete títulos mundiais que tem no palmarés, e muda-se para a marca mais histórica da F1 em busca de um oitavo título. A seu lado tem Charles Leclerc, o monegasco 13 anos mais novo, mas sedento de glória. O piloto 16 da grelha vai para a sétima época consecutiva na Ferrari, mas soma apenas 8 vitórias, com o melhor registo de temporada a ter sido obtido em 2022, com um segundo lugar no Mundial de pilotos. Resta saber que carro apresenta a equipa de Frédéric Vasseur, Team Principal da Scuderia Ferrari, e que conseguiu, pelo menos, colocar a marca italiana nas bocas do mundo.
Max Verstappen é tetracampeão e, só isso, já chega para ser favorito à vitória em qualquer Grande Prémio ou mesmo no título final. Só que 2024 foi um ano de duas partes para a Red Bull. Se nas primeiras 12 corridas, Max venceu 7 e construiu uma vantagem bastante generosa, na segunda metade da época só conseguiu 2 triunfos e o Red Bull esteve longe da luta pela vitória em muitas corridas. Tal foi que a marca de Milton Heynes perdeu até o título de Construtores para a Mclaren, também muito graças à fraca prestação de Sérgio Perez, que acabou por perder o lugar na equipa em 2025 para o rookie Liam Lawson. O piloto australiano até já tem 11 Grandes Prémios no currículum, entre 2023 e 2024, mas sempre como suplente. Para 2025 arranca pela primeira vez como piloto efetivo e logo da Red Bull, tendo o papel de escudeiro de Max e ajudar o neerlandês a atingir o penta.
Orfã de Lewis Hamilton e longe do que já foi, a Mercedes olha para 2025 como o ano de lançamento de 2026, época em que o regulamento vai mudar e em que tudo começa do zero. Com George Russell como líder, todos os olhos vão colocar-se, porém, em Kimi Antonelli, o “rookie” de 18 anos em que muitas esperanças estão depositadas. Há quem diga que o piloto italiano é o novo Max Verstappen, uma promessa que fez com que Toto Wolff não quisesse deixar escapar a oportunidade de o ter já ao volante do Mercedes em 2025. Ainda assim, olhando a equipa para 2026, a Mercedes não vai querer deixar de lugar por cada ponto ou vitória disponível durante a época.
A Aston Martin é um dos grandes pontos de interrogação da época. Depois de um 2023 fantástico, com pódios consecutivos, seguiu-se um 2024 discreto, sem os resultado “prometidos” na época anterior. Mas a Aston Martin está em grandes mudanças. Tem uma nova fábrica, a estrear, e tem Adrian Newey no estirador a desenhar o carro. O mago do design e engenharia da F1 trabalha essencialmente no carro de 2026, a grande aposta da equipa de Silverstone, mas em 2025 os pilotos Fernando Alonso e Lance Stroll não vão querer lutar apenas por pontos. O espanhol, em particular, olha para os próximos 2 anos como a última grande oportunidade de voltar aos títulos mundiais. Com 43 anos, poderá não ter muitos mais anos de circo da Fórmula 1 pela frente.
Em fase de transição dos motores Renault para a Mercedes, que chegará em 2026, é uma incógnita o que fará a Alpine em 2025. A marca francesa de unidades motrizes está a desinvestir e isso poderá afetar a performance do carro da Alpine, com Pierre Gasly na liderança da dupla de pilotos. Nada de bom será de esperar em termos de potência, uma vez que a Renault está de saída. Por outro lado, a Alpine terá grandes dificuldades para contar com inovações num motor que tem os dias contados. Ao volante do outro monolugar, estará Jack Doohan, australiano de 22 anos, que se estreia na Fórmula 1. Doohan é apelido veloz por natureza, ou não fosse Jack filho de Mick Doohan, lendário penta campeão de MotoGP. Há quem aponte que pode começar a época com os dias contados. Se as prestações na primeira metade da época não forem convincentes, poderá ser substituído sem direito a uma segunda oportunidade.
Uma dupla de pilotos completamente nova arranca para a época com grandes esperanças para a Haas. A equipa norte-americana recrutou o já experiente Esteban Ocon, mas também Oliver Bearman, o rookie que brilhou na Ferrari em 2024. Este conseguiu pontos logo na primeira corrida em que foi chamado ao serviço, na altura para substituir Carlos Sainz Jr, de baixa após ter sido operado de urgência. Ollie, como é conhecido na grelha, começa assim a sua primeira época como efectivo e terá como missão comprovar os pergaminhos que mostrou ao volante do Ferrari. Quanto à Haas, tem vindo a mostrar-se competitiva da Fórmual 1, depois de umas épocas no fundo da grelha. O investimento que vem do dono norte-americano tem sido consistente e a equipa espera, pelo menos, liderar o pelotão “inferior”.
A equipa satélite da Red Bull começa a época de Fórmula 1 com a esperança de melhorar as prestações das temporadas passadas. Não há dúvidas que o desempenho ficou aquém do esperado. Tsunoda, eterno aspirante a um lugar na Red Bull, viu-se ultrapassado por Lawson. Mas manteve-se, para já, nas Racing Bulls, onde terá agora a companhia do rookie Isack Hadjar. Este é vice-campeão da Fórmula 2 e uma das grandes promessas da nova geração de pilotos. Francês, de 20 anos, entra assim na linha de sucessão de Max e, quem sabe, para superar o japonês logo no ano de estreia.
A Williams aposta forte nesta época e logo com um piloto estrela. Carlos Sainz Jr. saiu da Ferrari e, estando livre no mercado, foi rapidamente aliciado por James Vowles a juntar-se a um projeto que todos esperam que coloque a equipa britânica novamente nos primeiros lugares. O piloto espanhol chega a uma das equipas do fundo da grelha e tentará, em conjunto com Alex Albon, superar as expectativas e, na pior das hipóteses, preparar a transição para o novo regulamento de 2026.
Kick Sauber – Niko Hulkenberg e Gabriel Bortoleto
Se grande parte das equipas corre em 2025 com um olho posto em 2026, será justo dizer que a Kick Sauber tem ambos os olhos na época seguinte da Fórmula 1. É que a Audi assumirá por completo a equipa. O veterano Niko Hulkenberg tem exatamente esse papel, de apoiar a equipa no melhor que pode nesta temporada. E de preferência conquistando alguns pontos, mas ao mesmo tempo lançar a época seguinte. A seu lado terá um “rookie” estrela, o brasileiro Gabriel Bortoleto, campeão de Fórmula 3, em 2023, e de Fórmula 2, em 2024. Ou seja, era difícil pedir um melhor cartão de visita para um novato que poderá brilhar agora ao mais alto nível.