O Grupo D do Euro é sem dúvida um dos mais entusiasmantes. Conta com a Inglaterra – normalmente considerada como um das seleções mais fortes, mas que raramente confirma o favoritismo – com a Croácia, finalista vencida no último Campeonato do Mundo – com a incógnita República Checa e com a Escócia, aparentemente a equipa mais frágil.
O site Betano.pt considera Inglaterra como clara favorita, seguida pela Croácia. A larguíssima distância aparece a República Checa, sendo a Escócia a formação com menos probabilidades de passar. Na primeira jornada defrontam-se Inglaterra e Croácia (13 de junho, às 14h00), com Escócia e República Checa a jogarem no dia seguinte, à mesma hora.
Muitos poderão ficar surpreendidos, mas entre as seleções deste grupo, a República Checa destaca-se como a que melhor classificação final obteve na história dos Campeonatos Europeus, ao ser a vencedora em 1976, como Checoslováquia. E também foi dela o segundo melhor resultado, ao ser finalista vencida em 1996. Nos quartos de final, recorde-se, afastou Portugal, com o célebre “chapéu” de Karel Poborsky a Vítor Baía. O melhor que Inglaterra conseguiu foi um terceiro lugar, alcançado em 1968. A Croácia atingiu os quartos de final em duas ocasiões (1996 e 2008) e a Escócia nunca passou da fase de grupos.
A Inglaterra parte muitas vezes como uma das favoritas em fases finais. Senão numa primeira linha de favoritos, pelo menos num segundo rol de candidatos. Mas a verdade é que nunca fez melhor do que o terceiro lugar num Campeonato da Europa, no longínquo ano de 1968 e ganhou apenas um Campeonato do Mundo, em 1966. No entanto, se em muitas ocasiões olhava-se para o lote de convocados dos ingleses e percebia-se de imediato que muito dificilmente seria possível aqueles jogadores ganharem o que quer que fosse, no caso dos eleitos de Gareth Southgate é impossível não reconhecer enorme qualidade a alguns executantes. Com Harry Kane à cabeça, bem secundado por Sterling, Sancho, Phil Foden, Rashford ou Henderson.
O Euro 2016 constituiu mais uma desilusão para os eternamente otimistas adeptos ingleses, com a equipa a ficar-se pelos oitavos de final, afastada pela Islândia. A fase de qualificação para o atual certame foi praticamente imaculado, com sete vitórias e uma derrota que valeram primeiro lugar no Grupo A. E com seis pontos de vantagem sobre o segundo colocado, curiosamente a República Checa, que vai reencontrar na fase final. O seu melhor marcador da fase de qualificação só podia ser o fantástico Harry Kane, com 12 golos. O ponta de lança do Tottenham é sem dúvida um dos melhores pontas de lança da atualidade, marcando mais de 20 golos oficiais por época ao serviço dos “spurs” desde 2014/15. Em 2020/21 foram 33 em 49 encontros oficiais.
De resto, opções ofensivas de enorme qualidade não faltam a Gareth Southgate, bastando mencionar os nomes de Sterling, Rashford, Sancho e Phil Foden. No entanto, para muitos, Henderson, médio do Liverpool, é o jogador mais importante, pelo equilíbrio que dá à equipa. Resta saber se o trauma das fases finais vai continuar vivo. Uma história bem diferente do que a que Inglaterra tem escrito quando falamos da fase de qualificação: esteve 43 jogos consecutivos de eliminatórias para o Campeonato da Europa e para o Mundial sem perder até à derrota diante da República Checa, em outubro de 2019.
A Croácia é sempre uma seleção que impõe muito respeito aos adversários, que reconhecem o grande talento e qualidade técnica dos seus jogadores. É verdade que não tem brilhado em fases finais de Europeus – no Euro 2016 ameaçou chegar longe, mas ficou-se pelos quartos de final, caindo aos pés de Portugal – mas o magnífico Mundial 2018 que realizou, ao ser finalista derrotada, poderá ter feito aumentar o nível de confiança do grupo liderado por Zlatko Dalic.
Na caminhada até a esta fase final, os croatas terminaram o Grupo E na primeira posição, com cinco vitórias, dois empates e uma derrota, somando mais três pontos do que o País de Gales, segundo colocado. O seu melhor marcador foi Bruno Petkovic, com quatro golos.
Apesar de já contar 35 anos, o capitão Luka Modric continua a ser a grande figura dos croatas. A temporada que realizou ao serviço do Real Madrid – foi um dos melhores e mais utilizados, com 43 jogos a titular e cinco como suplente utilizado – espelha bem como ainda é um jogador excecional. O médio está bem acompanhado na sua seleção por grandes talentos como Marcelo Brozovic e Ivan Perisic (Inter Milão), Ante Rebic (AC Milan) e Mario Pasalic (Atalanta). E muita atenção ao jovem Josip Brekalo, extremo do Wolfsburgo que pode “explodir” neste Euro.
A República Checa não passou da fase de grupos no último Campeonato da Europa. Na caminhada para o atual torneio, ficou em segundo lugar, bem distante da primeira classificada Inglaterra. Terminou com menos seis pontos, mas ainda assim ganhou um dos jogos que disputou com a seleção da rosa. O seu melhor marcador na fase de qualificação foi Patrik Schick, com quatro golos.
O grupo de convocados às ordens de Jaroslav Silhavy não tem estrelas de outrora, como Pavel Nevdev ou Karel Poborsky. A principal figura será muito possivelmente Vladimír Darida, médio do Hertha Berlim. Outro futebolista muito importante é Tomás Soucek, que foi destaque na última temporada ao serviço do West Ham, tendo apontado 10 golos em jogos oficiais.
O grande ausente deste Euro é o central Ondrej Kudela, castigado por 10 jogos pela UEFA, por alegado comportamento racista para com Glen Kamara num jogo da Liga Europa. Tinha sido incluído na lista inicial de convocados, mas como a UEFA rejeitou o recurso da federação checa teve de ser “riscado” da lista de convocados e foi substituído por Michal Sadilek, do PSV Eindhoven.
A presença da Escócia neste grupo D vai proporcionar um sempre entusiasmante duelo britânico com a Inglaterra. Os escoceses não estiveram presentes no Euro 2016 e vão querer fazer história, passando pela primeira vez da fase de grupos numa fase final do Europeu.
Na caminhada até esta fase final a Escócia terminou o Grupo I no terceiro lugar, sendo obrigada a disputar o play-off. E a presença no lote das últimas 24 equipas foi arrancada a ferros, pois nos dois jogos dos play-off garantiu a vitória na marcação de grandes penalidades. Primeiro diante de Israel e depois frente à Sérvia.
O melhor marcador escocês na qualificação foi John McGinn, médio do Aston Villa, com sete golos. O futebolista de 26 anos é uma das principais figuras do grupo liderado pelo selecionador Steve Clarke. Será ainda seguida com curiosidade a prestação do avançado Lyndon Dykes, que optou pela Escócia em detrimento da Austrália e se destaca pelo exímio jogo de cabeça.