Domínio espanhol é o cenário mais provável no Grupo E do Euro, de acordo com as previsões do site da Betano.pt, que consideram “la roja” como a grande favorita a seguir em frente rumo aos oitavos de final. Suécia e Polónia surgem depois com odds muito semelhantes, enquanto a Eslováquia é teoricamente a equipa mais fraca. A primeira jornada deste grupo será a 14 de junho, com a Polónia a defrontar a Eslováquia às 17h00 e o Espanha-Suécia marcado para as 20h00.
A Espanha é a seleção do grupo E com melhores classificações finais em Campeonatos da Europa, tendo vencido o torneio em 1964, 2008 e 2012. Ou seja, ganhou a penúltima e a antepenúltima edição, apostando agora em recuperar o título perdido para Portugal no Euro 2016. A Suécia teve a sua melhor prestação no Euro 92, quando a jogar em casa, Tomas Brolin e companhia atingiram as meias-finais. A Polónia, agora orientada pelo português Paulo Sousa, teve como melhor desempenho a chegada aos quartos de final, no último Europeu, acabando por cair aos pés de Portugal. Já a Eslováquia não passou dos oitavos de final, igualmente na última edição.
A Espanha habituou-nos a grandes prestações no Campeonato da Europa, no auge do “tiki-taka”, tendo vencido as edições de 2008 e 2012. Em 2016 esse género já estava um pouco em decadência e a “roja” ficou-se pelos oitavos de final, sendo derrotada por Itália.
O caminho até ao Euro 2020 foi um passeio tranquilo, terminando em primeiro lugar, com oito vitórias, dois empates e zero derrotas. E cinco pontos de vantagem sobre a Suécia, segunda classificada, que agora reencontra na fase final. Os espanhóis ganharam aos escandinavos em casa (3-0) e verificou-se um empate a uma bola na partida realizada em solo sueco.
O grande ausente na lista de convocados de Luis Enrique é Sérgio Ramos. O central teve uma época cheia de problemas físicos e não se encontrava a 100 por cento. De resto, o Real Madrid não coloca nenhum jogador nos eleitos, algo que acontece pela primeira vez na fase final de uma grande competição. Pedro Porro, ala direito do Sporting que se tinha estreado na seleção A nos jogos de qualificação de março, também ficou de fora, depois de se ter lesionado no jogo com o Marítimo, da última jornada da I Liga portuguesa. Destaca-se a estreia de Aymeric Laporte, jogador naturalizado espanhol e os regressos de Azpilicueta, Adama Traoré e Pablo Sarabia.
Num grupo sem os jogadores estratosféricos de um passado recente, como Xavi ou Iniesta, destaca-se Busquets, outro médio do Barcelona. É ele que assegura o equilíbrio do jogo espanhol e a sua ausência seria uma grande dor de cabeça para Luis Enrique. A responsabilidade de marcar golos ficará centrada essencialmente em Álvaro Morata, que na difícil época da Juventus alternou momentos de fulgor com outros em que foi fortemente criticado. No total, marcou 20 golos em 44 partidas oficiais.
É impossível olharmos para a seleção sueca e a primeira nota não ser a respeito da ausência de Zlatan Ibrahimovic. O veterano avançado lesionou-se no joelho esquerdo no último jogo entre Milan e Juventus e foi ele próprio a informar o selecionador Janne Andersson de que não poderia estar presente no Campeonato da Europa. Os suecos querem melhor significativamente em relação à sua participação no último Europeu, em que não passaram da fase de grupos. Na qualificação para o Euro 2020 ficaram em segundo lugar no Grupo F, com menos cinco pontos do que a Espanha, que vão agora reencontrar.
O melhor marcador no acesso ao torneio foi Robin Quaison, jogador sueco-ganês dos alemães do Mainz que costuma alinhar na posição de segundo ponta de lança. E sem Ibrahimovic, é neste futebolista que recaem grandes esperanças para marcar golos, juntamente com os jovens de 21 anos Dejan Kulusevski (Juventus) e Alexander Isak (Real Sociedad). E ainda em Jordan Larsson, de 23 anos, filho do antigo internacional sueco Henrik Larsson, ex-Barcelona e Manchester United. Joga no Spartak Moscovo e esteve em bom plano em 2020/21, com 16 golos em 31 jogos.
Foi precisamente no último Campeonato da Europa que a Polónia alcançou o seu melhor resultado no torneio, ao alcançar os quartos de final, fase em que foi eliminada por Portugal no desempate por grandes penalidades. E tal como há cinco anos, a grande figura dos polacos é Robert Lewandowski, que foi o melhor marcador da equipa na qualificação para o próximo torneio, com seis golos.
De resto, o ponta de lança do Bayern Munique viveu mais uma temporada incrível, com 48 golos marcados em 40 jogos oficiais. 41 foram na Bundesliga, o que lhe permitiu passar a ser o maior goleador da história da competição numa só temporada, ultrapassando por um golo o lendário Gerd Muller, marca que tinha sido obtida em 1970/71. Paulo Sousa tem ao seu dispor mais dois grandes nomes do futebol mundial: o guarda-redes Szczesny (Juventus) e Milik, ponta de lança do Marselha.
A Polónia foi primeira classificada no Grupo G de qualificação para o Euro 2020. É certo que não havia “tubarões” no grupo, mas o registo de oito viórias, um empate e uma derrota impõem respeito num grupo em que Áustria e Macedónia do Norte também conseguiram o acesso à fase final (esta última no play-off).
Paulo Sousa orientou os polacos em três jogos de apuramento para o Campeonato do Mundo de 2022 – empate com a Hungria, vitória sobre a Andorra e derrota diante da Inglaterra. Mas apesar dos resultados não terem sido os melhores, a estrela da companhia gostou do treinador. “Fiquei com muito boa impressão. Tem carisma e boas ideias e podemos fazer um bom Europeu”, referiu recentemente Lewandowski.
A Eslováquia é claramente a menos cotada das seleções do Grupo G. E a sua caminhada até ao Euro 2020 foi sinuosa, começando com o terceiro lugar no Grupo E, atrás da Croácia e do País de Gales. No play-off, levou a melhor sobre as duas Irlandas. Primeiro, a jogar em casa, derrotou a República da Irlanda, no desempate por grandes penalidades, após 0-0 no final do tempo regulamentar. Posteriormente, foi a casa da Irlanda do Norte ganhar por 2-1, resultado que só alcançou no prolongamento. Três futebolistas partilharam o estatuto de melhor marcador da fase de qualificação eslovaca: Róbert Bozeník, Marek Hamsik e Juraj Kucka, todos com três golos.
Marek Hamsík, apesar dos seus 33 anos anos, continua a ser a estrela da companhia. É o melhor marcador e jogador com mais internacionalizações pelo país e atualmente representa os suecos do IFK Gotemburgo, depois de dois anos no futebol chinês, ao serviço do Dalian Pro. Alcançar o melhor resultado de sempre em Europeus – oitavos de final, em 2016 – já seria um resultado satisfatório para os comandados de Stefan Tarkovico.