Em Itália, e quando faltam apenas duas jornadas para o fim da Serie A, a emoção está ao rubro na luta pelo título e pelas vagas que garantem acesso às competições europeias da próxima temporada. AC Milan e Inter Milan disputam o primeiro lugar, já Lázio, AS Roma, Atalanta e Fiorentina têm em vista posições que abram as portas da Liga Europa e Conferência – Nápoles, em terceiro, e Juventus, em quarto, estão tranquilos na tabela classificativa. Nesta ronda, o conjunto laziale e a formação de Bérgamo venceram as suas partidas e juntaram-lhes estatísticas dignas de serem mencionadas.
A Lázio, grande rival da AS Roma de José Mourinho, recebeu e bateu a Sampdoria, por 2-0, com os golos a serem apontados por Patric e Luis Alberto, sendo que o médio espanhol fez também a assistência para o tento inicial da partida. Com mais este passe certeiro, o camisola 10 da Lázio chegou às 10 assistências, apenas menos uma que o seu colega de equipa e do meio-campo Sergej Milinkovic-Savic, que tem 11.
Com dois jogadores nos dois dígitos no capitulo das assistências, os comandados da Maurizio Sarri são apenas a segunda equipa nas principais ligas europeias a conseguir tal feito, atrás do Liverpool, que tem três futebolistas com tais números: Salah (13), Alexander-Arnold (12) e Robertson (10).
Na ronda do fim de semana, a Atalanta venceu fora o Spezia, por 3-1, e manteve-se na luta por uma vaga europeia. Muriel inaugurou o marcador para os visitantes aos 16 minutos, Verde empatou aos 30’, Djimsiti fez o 2-1 aos 73’ e Pasalic fechou a contagem aos 87’.
Com o golo de Djimsiti, já foram 20 os jogadores da equipa comandada por Gian Piero Gasperini a fazer o gosto ao pé nesta edição da liga italiana, com destaque para Pasalic (13), Zapata (10 golos) e Muriel (9). Nos principais campeonatos europeus, só há uma equipa com mais futebolistas a terem marcado esta temporada. Falamos do FC Barcelona, com 22 futebolistas a balançarem as redes contrárias.
Lázio e Atalanta têm no banco dois treinadores que apostam no jogo ofensivo e na qualidade das exibições das suas equipas. Maurizio Sarri, de 63 anos, chegou este ano aos laziales, depois de passagens pelo Nápoles, Chelsea e Juventus, já Gasperini, de 64, vai na sua sexta época a comandar a formação de Bérgamo e com grandes resultados.
A Atalanta foi durante muitas décadas um clube iô-iô. É o que se chama a uma equipa que passa a vida a subir e a descer de divisão. A última vez que garantiu um lugar no escalão principal em Itália foi em 2010/11 e, desde então, que não mais foi despromovida. O clube de Bérgamo, cidade com apenas 120 mil habitantes, andou nas quatro temporadas seguintes a lutar para não descer de divisão e tudo mudou quando contratou Gian Piero Gasperini.
O treinador revolucionou completamente a equipa e logo na época de estreia, em 2016/17, levou o clube a um surpreendente quarto lugar – na temporada anterior tinha ficado em 13º. Em 2017/18 terminaram em 7º, em 2018/19 em 3º, assim como em 2019/20 e 2020/21.
Sem orçamentos milionários como os clubes ricos de Itália, a Atalanta tem formado plantéis com jogadores pouco conhecidos e outros que passaram sem brilho por outros clubes, mas que em Bérgamo ganharam uma segunda vida.
O veterano treinador passou a carreira em clubes modestos, como o Crotone e Génova, cujos objetivos eram evitar a despromoção, ou então subirem ao escalão máximo do futebol transalpino. A única experiência de Gasperini num grande, aconteceu no Inter Milão. Em 2011/12, o técnico só se aguentou três meses no comando técnico do Inter, tendo apenas disputado 5 jogos. Foram quatro derrotas e um empate.
Já Sarri deu nas vistas no Empoli, antes de dar o salto para o Nápoles, onde colocou a equipa a praticar bom futebol e a lutar pelo título com a Juventus. Depois seguiu-se o Chelsea, ao serviço de quem conquistou o primeiro troféu da carreira, a Liga Europa, em 2018/19. Só esteve em Londres uma época, já que na seguinte rumou a Turim e foi campeão com a Juve. No entanto, foi despedido no fim da temporada. Agora, na Lázio, o objetivo é colocar outra vez o clube entre os maiores de Itália… tal como acontece com o vizinho da cidade e José Mourinho.