Lazio e AS Roma defrontam-se esta sexta-feira, em mais uma edição daquele que é possivelmente o clássico/dérbi mais eletrizante do futebol italiano. À semelhança do que sucede no clássico entre AC Milan e Inter Milão, não existe o chamado fator-casa, uma vez que os dois clubes partilham o Estádio Olímpico, na capital italiana. Ainda assim, o calendário diz-nos que é a Lazio a atuar como visitada neste desafio da 18ª jornada da Série A.

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Roma

No início desta temporada os dois velhos rivais de Roma eram considerados pela generalidade da comunicação social italiana como fazendo parte de um segundo lote de candidatos ao título, juntamente com AC Milan, Nápoles e Atalanta, mas atrás da favorita Juventus e do Inter Milão. A Lazio teve um início de competição terrível, mas os últimos resultados fazem os seus adeptos acreditar que a recuperação até um lugar de acesso à Liga dos Campeões é possível. O atual oitavo lugar, a seis pontos da AS Roma, terceira classificada, não deixa de ser muito mau para uma equipa que lutou pelo “scudetto” de 2019/20 praticamente até ao final, tendo terminado na quarta posição, ou seja, em lugar de acesso à Liga dos Campeões. Nesta competição europeia conseguiu a qualificação para os oitavos de final, fase em que defrontará o Bayern Munique.

A AS Roma – treinada pelo português Paulo Fonseca e recentemente “reforçada” por Tiago Pinto para o cargo de diretor geral – segue na terceira posição da Série A, embora já um pouco distante (seis pontos) do líder AC Milan e a três pontos do Inter Milão, segundo colocado. Mas um ponto à frente da Juventus, a grande favorita à conquista do título, embora a “vechia signora” tenha menos um jogo disputado.

Contas feitas, a conclusão é simples. A Lazio tem de ganhar para continuar de olho num lugar de acesso à Champions e a AS Roma também necessita de somar os três pontos, para não ver fugir ainda mais o duo da frente e para não ser ultrapassada pela Juventus.

Nascimento da Lazio marcou início da rivalidade

O ditador italiano Benito Mussolini quis unificar os clubes de Roma num só, para criar uma super potência que batesse qualquer outro clube italiano. Foi nesse sentido que a AS Roma nasceu em 1927, com a Lazio a ser o único clube a mostrar-se contra. A verdade é que a Lazio perdeu expressão com o nascimento do novo clube e foi mesmo empurrado pelo Mussolini para fora da capital. É por causa disso que os adeptos da AS Roma ainda se referem aos apoiantes da Lazio como selvagens e camponeses.

Ao longo do tempo, a rivalidade entre os dois clubes tem-se mantido sempre acesa e são frequentes os jogos muito polémicos e os confrontos entre adeptos.

Futebolistas de topo que passaram pelos dois clubes

Não são muitos os jogadores que representaram Lazio e Juventus, mas alguns entraram na história, passando a ser adorados na nova casa e odiados no antigo lar. Por exemplo o guarda-redes Angelo Peruzzi, formado na AS Roma, mas que realizou apenas 26 jogos nas três épocas como sénior nos “giallorossi”. Passou com grande sucesso pela Juventus e depois, entre 2000 e 2007 representou a Lazio, com um total de 226 jogos realizados.

Mihajlovic é outro caso. Foi figura tão marcante da Lazio (193 jogos, entre 1998 e 2004) que possivelmente muitos não se lembram que a AS Roma foi o seu primeiro clube em Itália, tendo defendido as suas cores entre 1992 e 1994, num total de 69 jogos. Kolarov, atual futebolista do Inter Milão, fez o percurso inverso. Começou na Lazio (104 encontros, entre 2007 e 2010) e esteve na AS Roma entre 2017 e 2020, com um total de 132 encontros disputados.

Rivais querem aproveitar maré positiva

As duas equipas vêm de resultados positivos na Série A. Na última jornada, a Lazio venceu em casa do Parma por 2-0, com golos de Luís Alberto e de Caicedo, antigo atacante do Sporting. A AS Roma não ganhou, mas empatou no reduto do segundo classificado, Inter Milão (2-2), o que não pode deixar de ser considerado um bom resultado. Os golos dos “giallorossi foram apontados por Pellegrini e Mancini.

De resto, a AS Roma atravessa momento fulgurante e somava três vitórias consecutivas na Série (Cagliari, Sampdoria e Crotone) até ao encontro que disputou no Giuseppe Meazza. Esta série de três vitórias e um empate seguiu-se à dura derrota da formação de Paulo Fonseca por 4-1 no terreno da Atalanta.

A Lazio vem de dois triunfos consecutivos na Liga italiana (Parma e Fiorentina) e antes disso tinha empatado com o Génova, perdido por 3-2 em casa do líder Milan e ganho por 2-0 na receção ao Nápoles. Dá a ideia de estar finalmente em recuperação, depois de um péssimo início de competição.

Equilíbrio é imagem de marca

Se analisarmos as estatísticas desta época, é de esperar um jogo com muitos golos. A AS Roma tem o terceiro melhor ataque do campeonato, com 37 golos em 17 jogos (média de 2,18 por jogo), mas também sofre muito, tendo ido buscar 26 bolas às suas redes. A Lazio tem 27 golos marcados (média de 1,59 por partida) e já sofreu 25.

Curiosamente, os resultados pouco desnivelados são imagem de marca no clássico. Em toda a história, a maior goleada favorável à Lazio foi um 4-1, em 1997/98, para a Taça de Itália. E o melhor resultado da Roma foi um 5-0, num desafio da Série A na longínqua época de 1933/34.

A AS Roma tem-se superiorizado ao velho rival, se tivermos em consideração as últimas cinco temporadas de confrontos entre as equipas para o campeonato. Os “giallorossi” venceram em cinco ocasiões, contra dois triunfos dos “laziale” e três igualdades. Nos dois desafios da época transata, ninguém se ficou a rir, pois verificaram-se igualdades.

As ausências e os maiores candidatos a decidir

Na Lazio, o guarda-redes Thomas Srakosha está em dúvida, devido a uma lesão na coxa, mas mesmo que recupere a baliza deverá continuar entregue a Pepe Reina. Também incerta é a presença do médio esquerdo Mohamed Fares, com um problema nos adutores. Ausências seguras serão Lulic e Correa. Os grandes candidatos a resolver o dérbi são o incontornável Ciro Immobile (16 golos em 19 jogos esta temporada) e Felipe Caicedo, a arma (nada) secreta, que costuma marcar vindo do banco. Esta época, o avançado que passou pelo Sporting sem sucesso soma sete golos nos 794 minutos em que esteve em campo. E evidentemente que não podemos esquecer a grande influência que o médio Milinkovic-Savic tem no xadrez de Simone Inzaghi.

Na AS Roma, Paulo Fonseca não pode contar com os defesas Fazio, Santon e Calafiori, com os médios ofensivos Zaniolo e Pastore e com o extremo Pedro. Figura importante esta sexta-feira será certamente o médio ofensivo Mkhitaryan, o mais utilizado esta época pelo treinador português, com um total de 1676 minutos em 22 jogos, nos quais apontou sete golos. O médio Veretout e o ponta de lança Dzeko são os melhores marcadores da equipa, ambos com oito golos. Decisivo tem sido igualmente o ex-benfiquista Bryan Cristante, titular indiscutível no meio campo. Mas a grande surpresa tem sido o central brasileiro Roger Ibañez. Com apenas 22 anos, está emprestado pela Atalanta e de acordo com alguma imprensa desportiva, o PSG e o Liverpool estão muito interessados na sua contratação. No entanto, a Roma poderá sempre exercer o direito de preferência e comprar o passe do futebolista no final desta época, por 8 milhões de euros. Uma “pechincha”, tendo em conta o seu alto rendimento.

A AS Roma foi campeã três vezes, a última das quais em 200/01, Já a Lazio conta com dois títulos, um dos quais em 1999/2000, numa altura em que tinha uma super equipa, com Sven Goran Eriksson no banco, Fernando Couto no eixo da defesa, Sérgio Conceição na ala direita e muitas outras estrelas no onze inicial. A seca de títulos para os rivais já vai longa e não de vislumbra que acabe esta temporada. Ainda assim, há grandes objetivos a alcançar, como seja um lugar de acesso à Liga dos Campeões. Quem irá mandar em Roma na sexta-feira, a partir das 19h45?

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