A chegada de Cristiano Ronaldo ao futebol saudita, em dezembro de 2022, desviou um pouco as atenções dos adeptos do futebol europeu para a liga local. O português foi a primeira grande estrela a mudar-se para aquele país, naturalmente atraído pelo salário estratosférico pago pelo Al Nassr e, depois, muitos futebolistas de primeiro plano seguiram-no. E, naturalmente, como consequência, o número de adeptos interessados na Liga local aumentou em grande escala.  

No site da Betano.pt podes apostar no mercado de longo prazo para o campeão nacional. O Al Ittihad, campeão em título, é o favorito, seguido a curta distância pelo Al Hilal e, também muito de perto, pelo Al Nassr. Mais distanciado, surge o Al Ahli. Podes igualmente fazer as tuas apostas em todos os jogos, jornada a jornada. A competição conta com 18 clubes, que se vão defrontar a duas voltas, ao longo de 34 jornadas.

Saudita

O plano Saudi Vision 20230 e o top-10 de transferências

O Rei Salman engendrou o plano Saudi Vision 2030, que contém reformas económicas, políticas, sociais e culturais, com o intuito de modernizar a economia e a sociedade da Arábia Saudita e transformar o país num centro de investimento global. E o futebol é uma parte muito importante nesse plano, com a já referida “importação” de estrelas de primeira grandeza, à boleia do dinheiro disponibilizado pelo Governo local pelo fundo para os quatro principais clubes: Al Nassr, treinado por Luís Castro e que conta no plantel com os portugueses Cristiano Ronaldo e Otávio; Al Ittihad, de Nuno Espírito Santo e Jota; Al Hilal, de Jorge Jesus e Rúben Neves, e ainda o Al Ahli, o único dos quatro principais emblemas que não tem representantes portugueses.

As dez transferências mais caras de sempre no futebol saudita realizaram-se neste mercado, nas quais estiveram envolvidos três futebolistas portugueses. E foram todas para os quatro maiores clubes, criando uma enorme discrepância para a concorrência. Aqui fica a lista do top-10 de transferências: 

1. Neymar (Paris Saint-Germain > Al-Hilal) – 100 milhões de euros

2. Malcom (Zenit > Al-Hilal) e Otávio (FC Porto > Al Nassr) – 60 milhões 

4. Rúben Neves (Wolverhampton > Al-Hilal) – 55 milhões

5. Fabinho (Liverpool FC > Al-Ittihad) – 46 milhões

6. Milinkovic-Savic (Lazio > Al-Hilal) – 40 milhões

7. Sadio Mané (Bayern de Munique > Al-Nassr) – 37 milhões

8. Mahrez (Manchester City > Al-Ahli) – 35 milhões

9. Jota (Celtic > Al-Ittihad) – 29 milhões

10. Ibañez (AS Roma > Al-Ahli) – 28,5 milhões

Entretanto, oito dos 18 clubes da Liga da Arábia Saudita já excedem o número de estrangeiros, entre os quais o Al Nassr, o Al Hilal e o Al Ittihad, que possuem mais de oito futebolistas não sauditas. Será que alguns desses jogadores terão de sair ou a federação/Governo vai fechar os olhos “a bem” da competitividade do campeonato?

O que valem os quatro candidatos ao título

O campeão nacional Al Ittihad parte ligeiramente à frente na luta pelo título, de acordo com as odds do site da Betano.pt, mas nem tudo têm sido rosas para Nuno Espírito Santo, com a imprensa saudita a avançar que o treinador português entrou em conflito com Karim Benzema, a principal estrela da equipa. Foi noticiado que Nuno Espírito Santo não pediu a contratação do atacante francês e que este não viu satisfeito o pedido para ser capitão de equipa, com a braçadeira a continuar a estar na posse de Romarinho. 

Ainda assim, Benzema tem sido titular indiscutível neste início de época e Nuno Espírito Santo desmente que tenha problemas com o ponta de lança. “Li na imprensa que a minha relação com o Karim é má mas, quem me conhece sabe que isso é uma treta. A minha relação com todos os jogadores é boa, ele está feliz em campo e a desfrutar desta experiência no Al Ittihad”, garante. 

O Al Ittihad gastou 75,80 milhões de euros no reforço do plantel para esta temporada e em apenas dois jogadores: 46,70 milhões investidos no médio brasileiro Fabinho (ex-Liverpool FC) e 29,10 milhões em Jota, avançado português cujo passe foi adquirido ao Celtic Glasgow, embora entretanto já se fale na sua saída e que o clube pretenderá um nome mais sonante como substituto. Já o médio N’Golo Kanté e o atacante Karim Benzema chegaram a custo zero.

O Al Hilal de Jorge Jesus gastou 90 milhões de euros (+10 por objetivos) em Neymar e apresentou-o a 19 de agosto, mas poucos dias depois da sua chegada ficou a saber-se que o avançado ex-Paris Saint Germain vai ficar parado cerca de um mês, devido a uma lesão muscular. Nas últimas semanas foram ainda anunciados como reforços o guarda-redes Bono, o central Koulibaly, os médios Rúben Neves e Milinkovic-Savic, o extremo Malcolm e o ponta de lança Mitrovic. No total, foram 289 milhões de euros gastos em transferências, um valor que torna o Al Hilal, de muito longe, o recordista no investimento entre os clubes sauditas. Entretanto, em sentido contrário, o ex-portista Marega, o ex-sportinguista Vietto e o ex-sportinguista e ex-benfiquista Carrillo foram dispensados por Jorge Jesus. De referir que o Al Hilal é a equipa com mais adeptos na Arábia Saudita e já foi campeão nacional em 18 ocasiões, o último dos quais em 2021-22).

No Al Nassr, todos os olhos continuam obviamente virados para Cristiano Ronaldo. O precursor desta “febre” do futebol saudita – e que tão criticado foi por ter tomado a decisão de rumar a essas paragens – marcou  14 golos em 16 partidas na Liga da Arábia Saudita da temporada passada e possivelmente não terá dificuldades em superar esse número, pois agora vai ter um campeonato inteiro, composto por 34 jornadas, para o fazer. 

A formação orientada por Luís Castro gastou 164,10 milhões de euros em aquisições para esta temporada, destacando-se os 60 milhões despendidos pelo médio Otávio (ex-FC Porto) e os 30 milhões gastos para trazer o avançado Sadio Mane (ex-Bayern Munique). O médio Seko Fofana foi contratado ao Lens por 25 milhões de euros e Marcelo Brozovic, outro homem para a linha média, custou 18 milhões, enquanto o central Laporte chegou por 27,50 milhões, vindo do Manchester City. O ex-benfiquista Talisca continua a fazer parte do plantel, depois de ter sido o melhor marcador da equipa nas duas últimas temporadas, com 22 e 21 golos, respetivamente.

Quanto ao Al Ahli, gastou 141,70 milhões de euros no reforço do plantel, com destaque para os 35 milhões de euros pagos ao Manchester City pelo extremo Riyad Mahrez e para os 28,50 milhões que custou o central Roger Ibañez (ex-AS Roma), enquanto o extremo Allan Saint-Maximin, que jogava no Newcastle FC, custou 27,20 milhões. Do Chelsea chegou o guarda-redes Édouard Mendy, por 18 milhões de euros, e da Atalanta o central Merih Demiral, antigo jogador do Sporting, que custou 20 milhões. O passe do médio Franck Kessié (ex-FC Barcelona) foi adquirido por 12,50 milhões, enquanto o ponta de lança Roberto Firmino chegou a custo zero.

Seis treinadores e dez jogadores portugueses

Seis dos 18 emblemas que participam na Liga saudita são treinados por portugueses, com Jorge Mendonça (Al Akhdoud), Pedro Emanuel (Al Khaleej) e Filipe Gouveia (Al Hazm) a juntarem-se aos já referidos Luís Castro (Al Nassr), Jorge Jesus (Al Hilal) e Nuno Espírito Santo (Al Ittihad).

E são dez os futebolistas lusos espalhados por seis clubes: Cristiano Ronaldo e Otávio (Al Nassr), Jota (Al Ittihad), Rúben Neves (Al Hilal), Ivo Rodrigues, Pedro Rebocho, Pedro Amaral e Fábio Martins (Al Khaleej), Tozé (Al Hazm) e André Moreira (Al Raed).

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