Estão de regresso as emoções da Liga dos Campeões, esta época com o aliciante de contar com a participação de três clubes portugueses. O Benfica será o primeiro a entrar em ação, na terça-feira, 14 de setembro, em casa do Dínamo Kiev (20h00). À mesma hora, no dia seguinte, o FC Porto visita o Wanda Metropolitano para defrontar o Atlético de Madrid e o Sporting recebe o Ajax.
Podes apostar nestes três jogos no site da Betano.pt. O Benfica tem alguma dose de favoritismo na Ucrânia, o Sporting aparece ligeiramente atrás nas probabilidades diante do Ajax, enquanto as odds para o FC Porto sair com pontos em Madrid são francamente desfavoráveis.
Quatro anos depois, Portugal volta a ter três equipas na mesma edição da fase de grupos da Liga dos Campeões. Será a sétima vez que tal sucede e a sexta em que os representantes lusos são Sporting, FC Porto e Benfica. Na outra ocasião, o SC Braga substituiu o Sporting.
Nas seis ocasiões anteriores com três representantes portugueses na fase de grupos, em cinco ocasiões o FC Porto foi o único a conseguir qualificar-se para os oitavos de final (2006/07, 2007/08), 2012/13, 2014/15 e 2017/18). Em 2016/17 FC Porto e Benfica conseguiram a qualificação. Posto isto, este ano pode ser a época em que as três equipas seguem, pela primeira vez, em frente para os oitavos de final. A tarefa parece ser, no entanto, muito complicada, mas no futebol não há impossíveis nem vencedores antecipados.
Não se pode dizer que o campeão nacional Sporting tenha calhado num grupo acessível da Liga dos Campeões, mas a verdade é que o cenário podia ter sido pior para os leões. O Borussia Dortmund é francamente favorito à passagem, mas é de crer que a equipa de Rúben Amorim possa discutir com o Ajax a passagem aos oitavos de final, embora seja inegável uma maior dose de favoritismo dos holandeses. O Besiktas é aparentemente a formação mais fraca do grupo, apesar de ter um plantel com alguns jogadores bem conhecidos no futebol internacional, o mais mediático dos quais Pjanic, que no final do mercado de verão se transferiu do FC Barcelona.
Na primeira jornada, o Ajax visita o Estádio José Alvalade. Ainda bem presente na memória está a magnífica campanha realizada pelos holandeses na Liga dos Campeões de 2018/19, quando chegaram às meias-finais. O atual treinador Erik ten Hag já lá estava, mas desse plantel faziam parte figuras de primeiro plano que já não se encontram no clube, como Matthijs de Ligt, Frenkie de Jong e Hakim Ziyech. Ainda assim, este Ajax é também bastante forte e já se percebeu que a goleada sofrida por 0-4 na Supertaça holandesa com o PSV poderá não ter passado de um acidente de percurso.
A defesa do Sporting terá de estar bastante atenta, nomeadamente ao extremo brasileiro Antony, em quem os leões estiveram alegadamente muito interessados na pré-época de 2018/19. David Neres, outro extremo, também costuma semear o terror entre os adversários, tal como o “eterno” Tadic, que aos 32 anos continua a espalhar magia com o seu futebol tecnicista. Outro futebolista muito influente na estratégia de Erik tem Hag é o médio ofensivo Ryan Gravenberch. E não nos podemos esquecer do ponta de lança Sébastien Haller.
Na Liga holandesa, o Ajax segue na segunda posição, a dois pontos do líder PSV. Na última ronda, a formação de Amesterdão venceu em casa do Zwolle por 2-0, com bis de Haller.
Sporting e Ajax defrontaram-se apenas por duas vezes nas competições europeias. Foi na primeira eliminatória da Taça UEFA de 198/89 e os verdes e brancos somaram duas vitórias: primeiro por 4-2, em Alvalade e depois por 2-1 em Amesterdão.
Por outro lado, aguarda-se com bastante curiosidade para perceber como é que o Sporting de Rúben Amorim vai reagir com um calendário bem mais denso do que o da época anterior, em que foi campeão nacional com todo o mérito mas não teve de disputar competições europeias, depois de ter sido eliminado pelo LASK Linz no play-off da Liga Europa. E ainda por cima vai ter de o fazer com um plantel curto, formado por apenas 22 elementos.
Ao contrário de Rúben Amorim, adepto de plantéis curtos, Jorge Jesus prefere um grupo alargado de jogadores, com o objetivo de construir dois onzes de qualidade não muito diferente. Para os encarnados, o desgaste de ter disputar campeonato e Champions não se deverá sentir muito, pois se seguir o exemplo das pré-eliminatórias da competição europeia, o técnico do Benfica vai mudar bastante a equipa de uns jogos para os outros.
À primeira vista, o Benfica parece destinado a terminar o seu grupo no terceiro lugar – transitando para a Liga Europa – atrás do super favorito Bayern Munique e do colosso FC Barcelona. E com o Dínamo Kiev a terminar no último lugar. Mas quem sabe se não será possível aproveitar um menor fulgor dos catalães, mergulhados numa gravíssima crise financeira e que esta temporada se apresentam sem Lionel Messi.
É diante do adversário aparentemente mais acessível que o Benfica se estreia nesta edição da Liga dos Campeões. Somar os três pontos no terreno do Dínamo Kiev seria uma forma de criar distância para os ucranianos e de começar a impor algum respeito aos favoritos. O Dínamo Kiev, campeão ucraniano em título, lidera o campeonato local, com três pontos de avanço sobre o Shakhtar Donestk, após sete jornadas. Na última ronda, venceu no reduto do Metalist Kharkiv, por 2-0.
A intenção do Dínamo é afirmar-se na milionária competição europeia, em que o Shakhtar tem sido bem mais feliz. Num plantel sem estrelas, o futebolista de maior cartaz é o extremo direito Viktor Tsygankov. Quem tem estado em grande plano neste início de temporada é o médio ofensivo Vitaliy Buyalskyi, autor de cinco golos nos seis desafios que disputou em 2021/22. Mas este último tem estado lesionado e a sua presença em campo na próxima terça-feira não é certa.
Dínamo Kiev e Benfica encontraram-se por quatro vezes em competições oficiais, sempre na Liga dos Campeões. Na primeira ocasião, os ucranianos foram mais felizes, ao vencerem por 1-0, em casa, em partida da fase de grupos da época de 1991/92, no terrível encontro em que Rui Águas partiu uma perna. Mas depois o Benfica mostrou quem manda, vencendo os outros três jogos: 5-0 na Luz, na mesma temporada de 1991/92; 2-0 em Kiev e 1-0 em Lisboa na fase de grupos da temporada de 2016/17.
Era possível ser ainda pior, mas se há clube português que se pode queixar do sorteio é o FC Porto. Havia rivais piores do que o Atlético de Madrid no pote 1 e do que o Liverpool no pote 2, mas “colchoneros” e “reds” são dois “tubarões” do futebol europeu. E do pote 4 veio o mais famoso que podia sair, os italianos do AC Milão.
Os adeptos do FC Porto que quiserem ver o copo meio cheio podem levar em linha de conta que este Liverpool não parece ser tão temível como o de há duas épocas atrás, que dominou a Liga inglesa a seu bel-prazer, mas que na Champions ficou-se pelos oitavos de final, curiosamente eliminado pelo Atlético de Madrid. E também que este AC Milan, embora em ressurgimento, está ainda longe de ser o colosso temível da década de 90 e primeiros anos do século XXI, período em que conquistou quatro das suas sete Taças/Ligas dos Campeões.
Por outro lado, todos sabemos como o FC Porto costuma aparecer fortíssimo na Liga dos Campeões. Ainda na época passada, os dragões chegaram aos quartos de final, depois de eliminarem a Juventus. De resto, foram o único clube fora das ligas “Big 5” a atingir essa fase da competição, tendo sido eliminados pelo Chelsea, que viria a sagrar-se vencedor.
O Atlético de Madrid é um velho conhecido do FC Porto. Os dois clubes já se defrontaram por oito vezes para as competições europeias, seis das quais desde 2009. E o equilíbrio tem sido a nota dominante, com três triunfos espanhóis, duas vitórias portuguesas e dois empates. Nos anos mais recentes, em 2009/10, o FC Porto brilhou ao ganhar os dois desafios da fase de grupos da Champions e com grande classe: 2-0 no Dragão e 3-0 no Vicente Calderón. Já em 2013/14 o Atlético de Madrid foi mais forte, vencendo por 2-1 em Portugal e por 2-0 em Madrid, também na fase de grupos.
Refira-se que do plantel dos “colchoneros” fazem parte os ex-dragões Felipe e Herrera, bem como o ex-benfiquista João Félix, que tarda em afirmar-se definitivamente. O português parece ter ficado em situação ainda mais complicada depois da chegada de Antoine Griezmann, proveniente do FC Barcelona.
O Atlético de Madrid lidera a Liga espanhola, com três vitórias e um empate em quatro jornadas. Na última ronda, marcada pela estreia de João Félix na época em curso, após uma cirurgia ao tornozelo, ganhou por 2-1 em casa do Espanhol, com o golo da vitória a ser obtido aos 90+9 minutos, por Lemar.
Esta primeira jornada da fase de grupos da Champions tem muitos jogos bastante interessantes. Sugerimos mais cinco desafios para seguir com toda a atenção: FC Barcelona-Bayern Munique; Young Boys-Manchester United; Manchester City-RB Leipzig; Liverpool-AC Milan e Inter Milão-Real Madrid.