Quando às 16h30, deste domingo, 17 de janeiro, o apito soar num Anfield Road vazio, isso quer dizer que a bola vai começar a rolar entre os dois maiores rivais do futebol inglês. Liverpool e Manchester United são também os dois clubes com mais títulos conquistados, quer a nível nacional, quer internacional, em terras de Sua Majestade.
Separados no topo da classificação por três pontos, os dois candidatos ao título têm uma prova de fogo frente ao rival de sempre. O Liverpool não está demolidor como na última temporada, enquanto o Manchester United tem estado muito mais forte do que as críticas e exibições por vezes fazem querer aparecer a olho nu.
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O Liverpool não perde em casa há 46 jogos, mas vai ter pela frente uma equipa que tem conseguido melhores resultados a jogar longe de Manchester do que no seu próprio estádio. Bruno Fernandes e companhia contam com 11 vitórias nas últimas 12 deslocações e, se os atuais campeões são a única equipa ainda invicta como visitado, os comandados de Ole Gunnar Solskjær ainda não sentiram o sabor da derrota como visitantes.
Nos últimos 5 jogos em Anfield Road, o Liverpool marcou pelo menos 2 golos em quatro deles, enquanto o Manchester United nas últimas 5 deslocações marcou 3 golos em três elas e sofreu golos em 4 dessas partidas. Para ambas as equipas, houve mais que 2,5 golos em 4 dos últimos cinco encontros, por isso, é um mercado que pode merecer a sua atenção e está cotado em 1,60. Menos de 2,5 rende dois euros por cada euro apostado.
Destaque ainda para o poderio ofensivo de ambas as formações, ou não estivéssemos a falar dos dois melhores ataques da liga. Salah é o mais certeiro até agora na competição, com 13 golos, mais dois que Bruno Fernandes. Um golo do egípcio vale 1,75 por cada euro apostado, enquanto um tento apontado pelo craque português está cotado em 2,35.
Separados por cerca de 60 quilómetros, a rivalidade entre as duas cidades vem de longe, de muito longe. No século XVIII Liverpool era a referência ao nível industrial, algo que mudou no século a seguir, fruto da criação de um canal marítimo em Manchester, que tirou estatuto e força económica ao berço dos Beatles. A partir deste momento, ambas passaram a estar em campo de igualdade, sendo juntas os principais motores industriais e económicos do país.
A rivalidade entre as cidades facilmente se transferiu para o futebol. E se durante muito tempo os adeptos dos reds puderam dizer que eram a equipa com mais títulos de campeão nacional, a seca de 30 anos que só terminou em 2019/2020 fez com que perdessem este estatuto para o rival de Manchester. O Liverpool conta com 19 títulos de campeão, enquanto os red devils apresentam 20. Na Europa, o Liverpool continua à frente, com 5 conquistas, contra três do United.
Ao longo da história, houve vários jogadores que trocaram o Liverpool pelo Manchester United ou vice-versa, provocando a ira dos adeptos, pois seria o mesmo do que alguém trocar o Benfica pelo Sporting ou o FC Porto pelo Benfica. De seguida vamos apresentar os cinco casos mais emblemáticos que desafiaram a rivalidade entre os dois clubes ingleses mais titulados.
Peter Beardsley
O antigo goleador Peter Beardsley representou os dois gigantes ingleses, mas grande parte dos adeptos deve estar convencido que só jogou pelo Liverpool. A verdade é que em 1982, com 21 anos, foi primeiro contratado pelo Manchester United aos canadianos do Vancouver Whitecaps, acabando por só realizar um jogo pelos “red devils” e regressando ao anterior clube.
Poucos meses depois, voltou a Inglaterra, para o Newcastle e em 1987 Sir Alex Ferguson tentou levá-lo de volta para o Manchester United, mas o avançado escolheu juntar-se ao Liverpool. Durante a sua estadia de cinco anos em Merseyside marcou 59 golos em 175 jogos, destacando-se um “hat-trick” num desafio com o Manchester United.
Tom Miller
Em 1912, o Liverpool pagou aos escoceses do Hamilton Academical 400 libras (460 euros, ao câmbio atual) para contratar o atacante escocês Tom Miller. Logo passou a ser a grande figura da nova equipa, mas viu a sua carreira interrompida em 1914, pois teve de combater na Primeira Guerra Mundial.
Esteve cinco anos sem jogar e em 1919 regressou aos relvados e ao Liverpool, onde esteve apenas um ano, altura em que se mudou para o Manchester United, por duas mil libras (2300 euros), um recorde na época. Esteve apenas uma época nos “red devils”, onde foi bem mais discreto.
Phil Chisnall
Parece incrível mas desde 1964 que um jogador não se transfere diretamente entre Liverpool e Manchester United O autor da “proeza” foi Phil Chisnall, que na altura se mudou de Old Trafford para Anfield.
Paul Ince
Médio poderoso, Paul Ince viveu os melhores anos da sua carreira no Manchester United. Foi entre 1985 e 1995, sob o comando de Alex Ferguson. Acabou por ser vendido ao Inter Milão. Dois anos depois chocou os adeptos “red devils” quando optou por ir para o Liverpool. Acabou por apanhar os “reds” num momento muito complicado, mas esteve bastante bem nas duas temporadas em Anfield.
Michael Owen
Michael Owen foi formado no Liverpool e tornou-se num dos melhores atacantes na história da Premier League. Apontou 158 golos em 297 partidas pelos “reds”, pelos quais venceu Taça de Inglaterra, Taça da Liga e Taça UEFA. Em 2001 ganhou o prémio da Bola de Ouro, entregue ao melhor futebolista dos campeonatos europeus. Apontou seis golos ao Manchester United. O mais importante terá sido o da vitória na final da Taça da Liga de 2002/03.
Passou pelo Real Madrid e pelo Newcastle, nesta fase já num período de declínio. Em 2009, como jogador desempregado, causou sensação ao assinar pelo Manchester United. Apesar de longe dos tempos de glória, ainda apontou 17 golos em 52 jogos ao longo de três temporadas. E ganhar um campeonato inglês, algo que não conseguiu em oito épocas como sénior pelo Liverpool.