O Marselha-PSG, um dos maiores clássicos do futebol francês, tem este domingo uma das edições mais escaldantes da história. Tudo devido ao péssimo ambiente que rodeia a equipa da casa, na sequência da recente invasão ao seu centro de estágios por parte de cerca de 200 adeptos, que deixaram um rasto de medo e destruição. E que levou ao adiamento do jogo com o Rennes, que estava marcado para esse mesmo dia, 30 de janeiro.
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Os últimos dias ficaram marcados pela demissão de André Villas-Boas, em desacordo com a política desportiva e de contratações do clube. “O jogador que chegou não é o que eu queria. Acordei hoje de manhã e já tinha chegado. Não é aceitável”, referiu na passada terça-feira a propósito de Olivier Ntcham, futebolista proveniente do Celtic Glasgow. Fica assim adiado o reencontro entre André Villas-Boas e Mauricio Pochettino, técnico do PSG. Curiosamente, o argentino passou a treinar o Tottenham no verão de 2014, poucos meses depois da saída do português. Pelo meio, Tim Sherwood orientou a equipa em 28 partidas.
O Marselha, que chegou a dar a ideia de que esta época iria conseguir disputar o título de campeão, atravessa uma maré negra em termos de resultados. O empate (2-2) no terreno do Lens, na passada quarta-feira, seguiu-se a uma série de três derrotas consecutivas na prova, que o deixaram no nono lugar da classificação, a 18 pontos do líder Lille. E na partida anterior a essa série de três desaires tinha perdido por 2-1, precisamente com o PSG, em jogo da Supertaça francesa.
Já o PSG, tricampeão em título e vencedor de sete dos últimos oito campeonatos, não tem “passeado” como habitualmente. Ocupa a terceira posição, a três pontos do primeiro colocado e na passada quarta-feira bateu em casa o Nimes, por 3-0. Mas na ronda anterior havia sido derrotado por 3-2 no terreno do Lorient.
Nos últimos cinco jogos para a Ligue 1 na condição de visitado, o Marselha somou duas vitórias e um empate, tendo perdido por duas vezes. Quanto ao PSG, também não foi muito feliz nos últimos cinco desafios como visitante, registando duas vitórias, dois empates e uma derrota. A tradição recente diz-nos que o Marselha tem sentido imensas dificuldades nas receções ao seu rival. Já não vence desde 27 de novembro de 2011 e desde então registou cinco derrotas e dois empates. Nos últimos dez jogos, foram três triunfos marselheses, cinco dos parisienses e duas igualdades.
“Le Classique” é o nome pelo qual este confronto é conhecido em França. Ao longo da história, houve alguns confrontos marcantes de uma rivalidade que começou a acentuar-se no final dos anos 80, com a presidência do polémico Bernard Tapie no clube do sul de França e com a compra do clube da capital pelo Canal +, o que possibilitou muito dinheiro disponível para investir em grandes craques.
O jogo mais dramático entre os dois rivais ocorreu a 5 de maio de 1989, na derradeira jornada do campeonato. Estavam empatados na liderança e o jogo permaneceu 0-0 até ao último minuto, resultado que dava o título ao PSG. Até que Franck Sauzée marcou o golo da vitória que deu o título ao conjunto marselhês.
A 20 de dezembro de 1992, o PSG recebeu o Marselha com pouco espírito natalício. Artur Jorge, treinador dos parisienses, disse que a sua equipa iria atropelar o rival, gerando grande polémica. Bernard Tapie colou cópias dos jornais com essas declarações nos balneários e a verdade é que se viu uma equipa do Marselha que se exibiu a grande altura, acabando por vencer por 1-0.
A 5 de março de 2006, em protesto contra a alegada falta de segurança do Parque dos Príncipes, o presidente do Marseille, Pape Diouf, ordenou ao seu treinador que convocasse apenas jogadores dos juniores e da equipa B. Mas mesmo assim os visitantes conseguiram segurar o 0-0 até ao final.
Por último, podemos referir-nos ao desafio da primeira volta da atual edição da Ligue 1. O Marselha ganhou por 1-0, com enorme polémica entre Neymar e Álvaro González. O brasileiro acusou o espanhol de proferir insultos racistas, mas Álvaro diz que Neymar lhe dirigiu comentários homofóbicos. A Liga francesa abriu um processo disciplinar aos dois futebolistas, que acabou arquivado, por falta de provas. E nos últimos instantes deste jogo, cinco jogadores receberam ordem de expulsão, depois de se envolverem em cenas de pancadarias: Kurzawa, Amavi, Benedetto, Paredes e Neymar.
Álvaro González tem continuado nas “bocas do mundo”. Primeiro, terá sido o único jogador do plantel do Marselha a ser agredido pelos adeptos na invasão ao centro de estágio. E na passada quarta-feira, no aeroporto de Marselha, insultou, em espanhol, um polícia que lhe exigiu que usasse máscara. De acordo com alguns órgãos de comunicação social, o espanhol chamou o polícia de “filho da p…” e acabou por ser denunciado por ofensas a um agente da autoridade.
Com a saída de André Villas-Boas do comando técnico do Marselha, a representação portuguesa neste clássico ficará apenas por conta de Danilo. E se a “aventura parisiense” já não estava a correr de feição ao médio, pior ficou com a chegada de Pochettino. Com Thomas Tuchel costumava alternar a titularidade com o banco, mas o argentino riscou-o das primeiras opções. Nos cinco jogos sob orientação do novo técnico, foi suplente utilizado em três, não saiu do banco noutro e só foi titular frente ao Lorient.
Como não poderia deixar de ser, Neymar continua a ser a grande figura do PSG. O brasileiro que comemorou 29 anos na passada sexta-feira – desta vez de forma discreta, apenas com a presença dos familiares mais próximos, em Paris – expressou muito recentemente o desejo de permanecer no PSG, confessando-se feliz no clube e na cidade da luz. Realçando no entanto que pretende igualmente a continuidade de Mbappé por mais alguns anos. De acordo com a imprensa francesa, o brasileiro e o PSG já chegaram a acordo para a renovação do contrato por mais quatro temporadas.
Com um Marselha em crise profunda e um PSG longe da boa forma dos últimos anos, quem irá vencer o clássico mais quente do futebol francês?