Vai haver duelo português esta quinta-feira, 3 de fevereiro, num dos jogos das meias-finais da Taça das Nações Africanas, com o Egito, orientado por Carlos Queiroz, a defrontar os Camarões, treinados por António Conceição. Frente a frente estarão as duas equipas com mais troféus na competição (sete para os “faraós” e cinco para os “leões indomáveis”). Antes, na quarta-feira, 2 de fevereiro, a outra meia-final será disputada por Burkina Faso e Senegal. Podes apostar nestes dois jogos absolutamente decisivos no site da Betano.pt e fica a saber que o Senegal e os Camarões são favoritos.

Recorde-se que a final da competição e o desafio de atribuição do terceiro e quarto lugares serão jogados no domingo, 6 de fevereiro. Nesse dia vamos conhecer quem será o sucessor da Argélia, vencedora da última edição e que foi uma das grandes desilusões da competição que está a decorrer nos Camarões, ao não passar da fase de grupos.

Egito sem entusiasmar, mas com Salah a aparecer

Apesar de ter conseguido chegar às meias-finais, a prestação do Egito nesta Taça das Nações Africanas tem estado longe de entusiasmar. Na fase de grupos, terminou em segundo lugar, atrás da Nigéria, tendo somado duas vitórias por 1-0 (com Guiné Binau e Sudão), depois da derrota inicial com a Nigéria. Nos oitavos de final, diante da sempre complicada Costa do Marfim, os egípcios empataram sem golos, mas foram mais competentes no desempate por grandes penalidades, enquanto nos quartos de final derrotaram Marrocos por 2-1, depois de terem começado a perder. 

Salah, a grande estrela egípcia, é o melhor marcador da equipa, com dois golos. O jogador do Liverpool FC surgiu ao seu melhor nível no desafio dos quartos de final, ao marcar um golo e oferecer em bandeja de ouro o 2-1 final a Trézéguet no prolongamento.

Taça das Nações Africanas

Aboubakar brilha nos Camarões

Os Camarões têm aproveitado o fator-casa e terminaram o seu grupo no primeiro lugar, com sete pontos em três jogos, fruto de vitórias com Burkina Faso e Etiópia (2-1 e 4-1, respetivamente) e um empate com Cabo Verde. Nos oitavos de final levaram a melhor sobre as Ilhas Comores, possivelmente com bastantes mais dificuldades do que o esperado. Isto porque devido a um surto de covid-19, os comores não puderam contar com nenhum dos três guarda-redes e foi Chaker Alhadhur, defesa do Ajaccio, a  alinhar na baliza. Nos quartos de final, a formação de António Conceição afastou a Gâmbia, ao triunfar por 2-0.

A segurança defensiva dos egípcios (sofreram apenas dois golos em cinco partidas) vai ser colocada à prova diante do poderoso ataque dos Camarões, que já marcou 11 golos. Curiosamente, todos por apontados por apenas dois jogadores: seis por Vincent Aboubakar, futebolista dos sauditas do Al Nassr e cinco por Karl Toko Ekambi, do Olympique Lyon. De resto, o antigo avançado do FC Porto é o melhor marcador desta edição da competição e tornou-se no primeiro futebolista a marcar mais do que cinco golos numa só edição da Taça das Nações Africanas desde 1998. Na altura, o sul-africano Benni McCarthy – curiosamente outro ex-portista – e o egípcio Hossam Hassan marcaram por sete vezes. Por outro lado, Aboubakar superou os cinco golos de Samuel Eto’o em 2006 e 2008, tornando-se no melhor artilheiro dos Camarões numa só edição da Taça das Nações Africanas. Aboubakar terá agora na mira o recorde de golos numa só edição, pertença de Ndaye Mulamba, que faturou por nove vezes em 1974. 

Camarões bateram Egito na final de 2017

O Egito é o recordista em troféus na Taça das Nações Africanas, com sete títulos conquistados, mas não ganha desde 2010 e não tem boas recordações da sua última final, em 2017. E sabes quem foi o adversário? Precisamente os Camarões. Carlos Queiroz garante que essa recordação não vai afetar os seus jogadores. “Não fizemos parte dessa história e vivemos o presente. Estamos a escrever história agora e o passado, sendo importante para a reputação e para a estatística, não faz o futuro”, sublinhou. 

De referir que a superioridade egípcia diante dos Camarões em jogos oficiais é flagrante, com 13 vitórias, seis empates e seis derrotas. No entanto, se olharmos apenas para a Taça das Nações Africanas, o equilíbrio é notório, com quatro triunfos para cada lado e dois empates.

O compacto Senegal e a surpresa Burkina Faso

A meia-final entre Egito e Camarões poderá prender mais a atenção dos portugueses, mas na quarta-feira, 2 de fevereiro, o Senegal-Burkina Faso também promete ser bastante interessante. O Senegal reúne favoritismo sendo para muitos analistas a equipa mais consistente da competição, contando com estrelas como Sadio Mané, avançado do Liverpool, Edouard Mendy, guarda-redes do Chelsea e o capitão Koulibaly, central do Nápoles. Recorde-se no entanto que os leões de Teranga ainda procuram o seu primeiro troféu na Taça das Nações Africanas.

O Senegal terminou a fase de grupos desta edição no primeiro lugar, apesar de só ter ganho um jogo, com o Zimbabwe, por 1-0, tendo empatado sem golos com a Guiné e com o Malawi. E o seu único golo na fase de grupos foi alcançado por Sadio Mané, de grande penalidade, aos 90’+7.  Nos oitavos de final bateram Cabo Verde por 2-0, com o adversário a terminar reduzido a nove unidades, e nos quartos de final derrotaram a Guiné Equatorial, por 3-1. Sadio Mané, com dois golos, é o melhor marcador do Senegal nesta fase final e se os seis golos apontados pela equipa não são uma marca famosa, o facto de só ter sofrido um golo atesta a sua segurança defensiva.

O Burkina Faso está a ser a grande surpresa da competição e no início não seriam muitos os que apostavam que conseguiria chegar às meias-finais. Terminou o seu grupo no segundo lugar, com 4 pontos, atrás dos Camarões e com os mesmos pontos de Cabo Verde. A estreia não foi famosa (derrota por 1-2 com os Camarões), seguindo-se triunfo por 1-0 com Cabo Verde e  igualdade a uma bola com a Etiópia. Nos oitavos de final o Gabão vendeu bem cara a derrota, só baqueando nas grandes penalidades depois do 1-1 no final dos 120 minutos e nos quartos de final o Burkina Faso afastou a Etiópia, por 1-0. Contas feitas, só marcou cinco golos nos cinco desafios da competição e nenhum jogador tem mais do que um golo marcado.

O equilíbrio tem sido a tónica nos jogos oficiais entre Senegal e Burkina Faso, com duas vitórias para cada lado e seis empates. Só jogaram por duas vezes na Taça das Nações Africanas, com vitória senegalesa por 3-1, em 2000 e empate sem golos em 2004. Como será desta vez?