O Benfica viaja até à Dinamarca para disputar com o Midtjylland a segunda-mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões sabendo que no futebol tudo é possível, mas que está em boa posição para seguir em frente, rumo ao play-off da competição, fase que antecede os grupos da prova milionária. Depois da goleada por 4-1 no jogo da Luz, os encarnados são favoritos para o desafio diante dos dinamarqueses, na próxima terça-feira, dia 9 de agosto, às 18h45, isto segundo as odds da Betano.pt.

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Depois de uma pré-temporada 100 por cento vitoriosa nos cinco jogos disputados, as águias continuaram o bom momento na primeira mão, diante do Midtjylland, e os primeiros 45 minutos foram um vendaval ofensivo. Os comandados de Roger Schmidt entraram a todo o gás e, aos 40 minutos, já venciam por 3-0, com um bis de Gonçalo Ramos e a estreia de Enzo Fernández a marcar pelas águias. Na segunda metade, Gonçalo Ramos chegou ao “hat trick”, aos 61’, e dez minutos depois os visitantes reduziram por intermédio de Pione Sisto.

Benfica favorito para o jogo da segunda mão 

No final do encontro, Roger Schmidt, treinador alemão do Benfica, era um homem satisfeito. “O teste de hoje era levar para o campo a confiança vinda de uma pré-época muito boa. Sabíamos antes do primeiro apito do árbitro que a pré-época era história e que tínhamos de aparecer num jogo que não seria fácil. O Midtjylland não é uma equipa fácil, mas criámos muitas oportunidades para marcar e penso que merecemos esta vitória. Jogámos um futebol muito bom e estou feliz.”

Sobre a exibição de Gonçalo Ramos, o técnico aproveitou para enaltecer o jogo coletivo ofensivo, além de elogiar o jovem avançado. “O Gonçalo, como os outros jogadores, fez um jogo muito bom. Marcou três golos e a sensação é a de que podia ter marcado mais dois ou três golos. O Gonçalo é um avançado centro e gosta de jogar nessa posição. Tem muitos bons jogadores à volta dele, como o David Neres, o Rafa Silva e o João Mário, que são capazes de lhe dar boas situações e ele é muito bom a usar o seu poderio à frente da baliza. Foi um jogador muito importante hoje.”

Do lado forasteiro, o técnico Henrik Jensen não escondeu a desilusão depois da goleada sofrida na Luz e reconhece que será difícil dar a volta a eliminatória em casa. “Jogámos contra um adversário muito bom, individual e coletivamente. Sabíamos que íamos ter dificuldades, e até acho que começámos bem a primeira parte, a encontrar os momentos certos para atacar, mas depois bola parada surgiram três golos. Isso é a qualidade do Benfica. Tínhamos de ser compactos para não permitir espaço aos jogadores criativos deles, tentámos lançar dois avançados na segunda parte, mas fomos sofrendo golos. Estou sempre otimista, mas é muito difícil pensar em passar. É utilizar estes momentos para aprender e crescer a defrontar grandes equipas”, disse.

Os dois conjuntos chegam a este confronto na sequência de resultados diferentes nos jogos a contar para as respetivas ligas que disputaram no último fim de semana. O Benfica entrou com o pé direito no campeonato, ao golear em casa o Arouca, por 4-0, com os golos a serem apontados por Rafa (dois), Gilberto e Enzo Fernández. Já o Midtjylland empatou no terreno do Lyngby (3-3), na quarta jornada da liga da Dinamarca. O adversário do Benfica chegou a estar a vencer por 3-0, mas permitiu a recuperação do adversário. Com este resultado, o  Midtjylland ocupa o sexto lugar na competição, com cinco pontos.

Seis qualificações e três eliminações na fase de qualificação

Esta será a décima vez que o Benfica terá de ultrapassar pré-eliminatórias da Liga dos Campeões para aceder à fase de grupos e o adeptos desejam que a tradição se mantenha, pois o clube conseguiu a qualificação em seis ocasiões, tendo sido eliminado em apenas três. Caso ultrapasse o Midtjylland, segue-se o vencedor da eliminatória que coloca frente a frente o Dinamo Kiev e o Sturm Graz – vitória ucraniana na primeira mão, por 1-0. 

A primeira experiência em pré-eliminatórias da Champions sucedeu em 1998/99, com sucesso, frente ao Beitar Jerusalém (6-0 na Luz e derrota por 2-4 em Israel). Seguiu-se, em 2003/04, o falhanço diante da Lazio, após duas derrotas (0-1 em casa e 1-3 em Itália). Em 2004/05, nova desilusão, pois depois de um triunfo em Lisboa por 1-0, a equipa treinada por Giovanni Trapattoni caiu com estrondo na Bélgica (0-3).

Em 20006/07 o Benfica conseguiu ultrapassar o Áustria Viena, empatando na Áustria a uma bola e ganhando por 3-0 em Lisboa, enquanto em 2007/08 o FC Copenhaga foi “despachado” com dupla vitória (1-0 e 2-1), naquele que foi o único confronto com uma equipa escandinava em fases de qualificação.

Em 2011/12 o Benfica teve de ultrapassar duas eliminatórias para chegar à fase de grupos: primeiro, afastou o Trabzonspor (2-0 em casa e 1-1 fora) e depois o Twente (2-2 na Holanda e 3-1 na Luz).

Após um hiato de sete anos, as águias tiveram de voltar à ação na qualificação para a fase de grupos, em 2018/19 e tiveram sucesso: primeiro, afastaram o Feyenoord (1-0 em casa e 1-1 fora) e depois o PAOK (1-1 na Luz e uma estrondosa vitória na Grécia, por 4-1).

Em 2020/21 houve reencontro com o PAOK, mas desta vez, as coisas não correram bem, com a equipa de Abel Ferreira a seguir em frente, após ganhar por 2-1, na Grécia, em eliminatória a uma só mão. Finalmente, na temporada transata, o Benfica conseguiu a qualificação, depois de superar Spartak Moscovo, com duplo triunfo por 2-0 e depois o PSV Eindhoven. 

Ao triunfo por 2-1 na Luz, seguiu-se uma igualdade sem golos nos Países Baixos, depois de jogar desde os 32 minutos com menos um jogador, devido à expulsão de Lucas Veríssimo. Foi um bom prenúncio para o que se seguiu, com o Benfica a passar a fase de grupos e os oitavos de final, perante o Ajax, só sendo travado pelo Liverpool FC nos quartos de final.