O Nápoles recebe a Juventus, no sábado, 13 de fevereiro, às 17h, no estádio Diego Armando Maradona, naquele que é o jogo grande da ronda 22 da Série A italiana. Apesar de não serem clubes da mesma região, e de haver uma diferença enorme no historial de ambos os conjuntos, esta é sem dúvida a maior rivalidade do futebol transalpino, porque vai muito além das quatro linhas. Cristiano Ronaldo é o símbolo atual da Juventus, com experiência em Portugal, Espanha e Inglaterra, mas arriscamos dizer que nunca viveu uma rivalidade assim, nem nos tempos de Real Madrid vs Barcelona.
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Durante muito tempo, o Nápoles foi o principal rival da Juventus, mas nas últimas duas temporadas perdeu esse estatuto para o Inter de Milão. Se é verdade que os napolitanos não estão tão fortes como no passado, o mesmo se pode dizer do campeão italiano. Os dois conjuntos estão proibidos de perder pontos, isto se não quiserem aumentar ainda mais o fosso para o líder AC Milan. A Juve ocupa o terceiro lugar, a 7 pontos do líder, mas tem menos um jogo, o da primeira volta frente ao Nápoles, que por sua vez está no sexto posto, a 5 pontos do rival e a 12 dos milaneses.
O Nápoles chega a este clássico depois de uma derrota no campo do Génova (1-2), enquanto a Juve recebeu e venceu a AS Roma por 2-0, na última jornada. Como visitado, os napolitanos têm perdido mais pontos em casa do que é normal, contando apenas com cinco vitórias em 10 jogos. No caso do conjunto comandado por Andrea Pirlo, este apresenta três triunfos, cinco empates e duas derrotas a atuar longe de Turim.
A jogar em casa, o Nápoles tem três vitórias, um empate e uma derrota nos últimos cinco jogos, enquanto a Juventus, na condição de visitante, apresenta 4 triunfos e uma derrota nas cinco partidas que disputou longe de Turim. No confronto direto, e tendo apenas em conta os jogos disputados em Nápoles da liga italiana, regista-se quatro vitórias para o conjunto do sul de Itália, três triunfos para a “vecchia signora” e três empates. Em sete destes jogos, ambas as equipas marcaram e em seis deles houve mais do que 2,5 golos. Se quiser apostar neste mercado, saiba que +2,5 Golos está cotado em 1,78 e -2,5 Golos apresenta uma odd de 1,75.
Foi na década de 80 do século passado que a relação entre estes dois grandes emblemas ficou mais quente, a partir do momento em que o Nápoles ganhou maior dimensão, com a chegada de Diego Maradona, e com a conquista dos seus únicos dois títulos de campeão italiano.
O ódio que os adeptos destes dois clubes sentem uns pelos outros tem uma primeira explicação óbvia: a guerra norte-sul. A Juventus representa o norte de Itália, uma região abastada e industrial, com poder económico. Já o Nápoles é o representante do sul, bastante mais pobre e que tem a fama de ter as ruas pouco limpas.
É óbvio que o ódio que os adeptos do Nápoles sentem pela Juventus é superior ao que os “tiffosi” da “vecchia signora” sentem pelo rival, algo que terá a ver com o facto da “Juve” ser um clube de maior dimensão e com um palmarés incomparavelmente superior: mais de 30 campeonatos, 13 Taças de Itália e dez títulos internacionais, contra dois campeonatos, seis Taças de Itália e um título internacional do lado napolitano.
Ainda assim, os “tiffosi” da Juventus também não gostam mesmo nada dos rivais do sul de Itália, como se comprova pelo cântico que volta e meia ecoa no Allianz Stadium: “Que cheiro a m*rda, até os cães fogem quando chegam os napolitanos. Oh, vítimas de cólera e de terremotos, você são uns porcos que nunca tomam banho”.
Uma das razões para o ódio dos adeptos do Nápoles face à Juventus está no facto da “vecchia signora” ser alegadamente protegida pelas arbitragens em Itália. E aparentemente, têm razão nas queixas, pelo menos, em determinado período da história. Recorde-se que os “bianconeri” foram punidos com a descida de divisão em julho de 2006, no processo judicial conhecido como “calciocaos” e no qual ficou provado que corromperam árbitros.
Nem Maurizzio Sarri escapou a esta rivalidade, que por vezes ultrapassa os limites do aceitável como aconteceu em abril de 2018, em que houve alegados insultos racistas de adeptos da Juventus em relação aos rivais do Nápoles, quando o autocarro da formação do sul de Itália chegou ao Allianz Stadium. De tal forma, que Maurizzio Sarri, na altura treinador dos napolitanos, não resistiu e mostrou o dedo do meio na direção da pequena multidão. “O que fiz foi responder a um grupo de pessoas que cuspiram para cima do autocarro e nos insultaram por sermos napolitanos. Nunca teria feito um gesto semelhante para alguém só por se tratar de um adepto da Juventus”, explicou Sarri, que depois viria a ser treinador do conjunto de Turim.
Como acontece em qualquer rivalidade, os jogadores que se atrevam a mudar para o rival, nunca mais são bem vistos pelo anterior clube e respetivos adeptos. E também neste caso, houve transferências que os napolitanos nunca conseguiram ultrapassar.
Foi considerado pelos adeptos do SSC Nápoles como o primeiro a trair o clube ao assinar pela Juventus. Depois de ter feito 97 golos em 234 jogos pelo SSC Nápoles entre 1965 e 1972, José Altafini mudou-se para a “vecchia signora”. Altafini justificou-se afirmando que a mudança ocorreu porque o seu contrato terminou e o SSC Nápoles não revelou interesse na renovação, mas os “tiffosi” napolitanos nunca o perdoaram.
Seguiu-se o mítico guarda-redes Dino Zoff, que saiu do SSC Nápoles para a Juventus em 1972 e na altura a grande razão avançada para a mudança foi o seu desejo em chegar à seleção italiana, que em teoria passaria a estar mais facilitado. E a verdade é que mal passou a ser da Juventus ganhou o lugar de titular indiscutível na “squadra azzurra”.
Os anos 90 ficaram marcados pela saída de Ciro Ferrara, que rumou à Juventus, em 1994, numa altura em que era o grande símbolo e capitão do clube do sul de Itália. Os adeptos napolitanos não perdoaram e em vários jogos dessa época exibiram uma tarja que dizia “Napolitano? Apenas mercenário”. Também nesta altura, o treinador Marcello Lippi acompanhou Ciro Ferrara na mudança de Nápoles para Turim. Os adeptos napolitanos reagiram com tal violência que, rezam as crónicas, Lippi, que adorava Nápoles, só voltou à cidade quando as equipas que representou lá jogaram.
Mais recentemente, foi Gonzalo Higuaín a colocar mais achas para esta fogueira. O ponta de lança argentino rumou à Juventus no verão de 2016 por 90 milhões de euros. O que na altura fez dele o terceiro jogador mais caro da história, apenas atrás de Cristiano Ronaldo e Gareth Bale. Como seria de supor, os “tiffosi” napolitanos reagiram com grande fúria. E até fizeram rolos de papel higiénico com a figura do futebolista.
No dia 13 de fevereiro, às 17h, a rivalidade não marca golos nem ganha o jogo, mas sim os craques que vão subir ao relvado. Nápoles ou Juventus? Quem se manterá na corrida pelos lugares cimeiros da liga italiana e quem cavará ainda mais o fosso para a liderança?