Aí está a edição de 2022 do Open da Austrália, o primeiro torneio do Grand Slam do ano e que se realiza de 17 de janeiro a 30 de janeiro. Todas as conversas vão dar a Novak Djokovic, protagonista de uma  história interminável e que coloca em sérias dúvidas a sua presença na prova. O sérvio foi deportado aquando da sua chegada ao país, por alegadamente não ter cumprido os requisitos de entrada que procuram prevenir a propagação da Covid-19 no país. Um juiz acabou por ordenar a retirada da deportação, mas o governo australiano voltou a cancelar o seu visto. Como seria de esperar, o número 1 mundial recorreu da decisão. Este domingo, 16 de janeiro, será a decisão final, na véspera do início do torneio.

Podes apostar no vencedor do torneio ou jogo a jogo no site da Betano.pt. Fica a saber que no setor masculino, caso possa participar, Djokovic, número 1 mundial, é o favorito à conquista da prova, partindo em busca da conquista do seu 21º torneio do Grand Slam, o que lhe permitiria desempatar com Roger Federer e Rafal Nadal, que até hoje ganharam 20. Seguem-se Danill Medvedev e Alexander Zverev e os três partem com dose de favoritismo muito acima do quarto candidato, o espanhol Rafael Nadal. No setor feminino, a maior dose de favoritismo cabe a Ashleigh Barty, seguida por Naomi Osaka e Aryna Sabalenka.

João Sousa será o único representante português. O 140º classificado do ranking mundial tinha sido derrotado na terceira ronda da fase de qualificação pelo moldavo Radu Albot (número 123 do ranking), mas ganhou o sorteio para o quadro principal entre os quatro “lucky losers” mais cotados da última ronda do qualifying. Será a nona participação do tenista de Guimarães neste torneio do Grand Slam e o melhor que conseguiu foi chegar à terceira ronda, em 2015 e 2018. Curiosamente, foi derrotado pelo escocês Andy Murray nas duas situações. A estreia de João Sousa não se adivinha nada fácil, pois terá pela frente o italiano Yannik Sinner, número 11 mundial.

Já João Domingues, Frederico Silva e Gastão Elias foram eliminados na fase de qualificação, enquanto Nuno Borges foi obrigado a desistir na mesma fase, por estar infetado com Covid-19.

A edição de 2021 foi ganha por Djokovic, que derrotou Daniil Medvedev na final por 3-0 (7–5, 6–2, 6–2), tendo assim reforçado o estatuto de tenista que mais vezes ganhou em Melbourne, com um impressionante registo de nove triunfos, mais três do que o australiano Roy Emerson (na década de 60) e Roger Federer. No setor feminino, a grande vencedora de 2021 foi a japonesa Naomi Osaka, diante da norte-americana Jennifer Brady, com os parciais de 6–4 e 6–3.

O historial da “novela” Djokovic

Novak Djokovic aterrou no aeroporto de Melbourne na quarta-feira, dia 5 de janeiro, mas o seu visto foi revogado pelas autoridades locais, por alegadamente não ter cumprido os requisitos de entrada que procuram prevenir a propagação da covid-19 no país, apesar de uma isenção que lhe permitia entrar no país sem vacinação.

A defesa do sérvio alega que este recebeu uma avaliação por correio eletrónico do Departamento de Assuntos Internos australianos, na qual estava explícito que era elegível para entrar no país sem quarentena. No entanto, o Governo australiano defendeu que tal não constituía uma garantia e ordenou a retenção do tenista num centro de detenção em Melbourne, onde esteve quatro dias. 

Na segunda-feira, 10 de janeiro, o juiz Anthony Kelly ordenou ao Governo australiano que libertasse Djokovic, bem como a devolução do seu passaporte e bens pessoais. “Estou grato pelo facto de um juiz ter anulado o cancelamento do meu visto. Apesar de tudo o que aconteceu, quero ficar e tentar disputar o Open da Austrália. Vim para jogar num dos mais importantes eventos que existem, diante de adeptos fantásticos. Obrigado a todos por se terem mantido ao meu lado durante tudo isto e por me terem dado força”, referiu o tenista.

No entanto, na sexta-feira, 14 de janeiro, o ministro da Imigração australiano, Alex Hawke, decidiu cancelar o visto ao tenista sérvio. “É do superior interesse público do país que Novak Djokovic seja deportado, devendo regressar para o hotel de quarentena, a menos que aceite voltar para casa no próximo voo disponível”, referiu o governo australiano, em comunicado. Assim sendo, Djokovic terá de ficar retido no Park Hotel, o hotel para refugiados onde ficou inicialmente e de lá não poderá sair até à audiência que ficou marcada para domingo. Só aí será tomada uma decisão final: deportação ou permissão para permanecer no país e participar no Open da Austrália.

Caso lhe for dada razão, a ver vamos como será a resposta de Novak Djokovic depois desta rocambolesca situação em que esteve envolvido. Se puder jogar, o sérvio defrontará na primeira ronda o compatriota Miomir Kecmanovic, 78º do ranking.

Danill Medvedev pode passar a favorito

Caso Novak Djokovic fique impedido de participar, o estatuto de favorito passará a ser ostentado pelo russo Danill Medvedev, número 2 mundial e que busca a sua primeira vitória no Open da Austrália, depois de ter sido finalista derrotado na última edição. O único torneio do Grand Slam que venceu foi o US Open de 2021, ao derrotar Djokovic na final. Na primeira ronda vai jogar com o suíço Henri Laaksonen (92.º do ranking ATP).

Já o alemão Alexander Zverev, terceiro do ranking, pretende dar sequência ao espectacular ano de 2021 que viveu (foi medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio). Até agora, o melhor que conseguiu foi chegar a três meias-finais de torneios do Grand Slam (Open da Austrália de 2020), Roland Garros e US Open (ambos em 2021). O alemão estreia-se com o compatriota Daniel Altmaier, múmero 91 mundial.

Já Rafael Nadal, atual sexto melhor do mundo, vai estrear-se frente ao norte-americano Marcos Giron, número 66 do ranking. E descarta favoritismos. “Não me considero um candidato real para ganhar. Este ano tenho uma abordagem diferente, mesmo que as expetativas possam ser altas por tudo o que já ganhei até hoje”, refere. Ainda assim, o espanhol parece estar em forma, pois sagrou-se campeão do ATP 250 de Melbourne no último domingo, 9 de janeiro, depois de uma longa ausência de cinco meses, devido a lesão num pé.

Ashleigh Barty favorita no setor feminino

Em femininos, Ashleigh Barty parte como principal candidata à vitória final.  A número 1 do ranking WTA está em excelente forma e no passado dia 10 de janeiro conquistou o torneio de Adelaide, ao derrotar na final a cazaque Elena Rybakina, 14.ª do mundo, pelos parciais de 6-3 e 6-2. Ashleigh Barty estreia-se com Camila Giorgi, 30ª do ranking.  No lote de favoritas, segue-se a japonesa Naomi Osaka (número 13 mundial), que no entanto poderá não estar nas melhores condições físicas, pois sofreu uma lesão no abdómen no último dia 8 de janeiro, obrigando-a a desistir nas meias-finais do torneio de Melbourne. A sua primeira adversária será a colombiana Maria Camila Osorio, número 53 do ranking. 

A terceira grande candidata é Aryna Sabalenka, número 2 do mundo, mas que foi surpreendentemente eliminada no último Open de Adelaide por Kaja Juvan, tenista que ocupa o 86º lugar do ranking. A sua primeira rival será Marketa Vondrousova (31ª no ranking WTA).

Os grandes ausentes

Roger Federer, a recuperar de operação a um joelho, Karolina Pliskova, lesionada num antebraço, e Serena Williams são os grandes ausentes do Open da Austrália. A norte-americana está afastada da competição desde que em junho de 2021 foi eliminada na primeira ronda do torneio de Wimbledon. O regresso estava previsto para Melbourne, mas ainda não se encontra num nível físico aceitável. 

Destaque ainda para as ausências do austríaco Dominic Thiem (número 15 do mundo) e da canadiana Biancaa Andreescu, antiga número 4 do ranking WTA (atualmente está na 152ª posição), que confessou cansaço físico e mental, na sequência do muito tempo que esteve em isolamento devido à Covid-19.