Dezasseis anos depois, Portugal chegou novamente aos quartos de final de um campeonato do mundo, o que já é a terceira melhor prestação lusa na fase final da prova, depois de ter chegado às meias-finais em 1966 (acabou em terceiro lugar) e em 2006 (terminou em quarto).
Uma vitória diante de Marrocos, no jogo de sábado, dia 10 de dezembro, vale presença nas “meias” da competição, fase em que a equipa das quinas defrontará o vencedor do duelo entre França e Inglaterra. Podes apostar nestes dois encontros dos quartos de final da prova no site da Betano.pt e fica desde já a saber que Portugal e França são favoritos nos respetivos jogos.
A Seleção Nacional apurou-se para os quartos de final da prova, depois de golear a Suíça, por 6-1, nos oitavos. Gonçalo Ramos, com três golos, foi a figura do encontro e o feito do jovem jogador português entra para a historia por várias razões: foi o primeiro jogador a fazer um hat-trick nesta edição do campeonato do mundo, é o quarto futebolista luso a consegui-lo numa fase final (depois de Eusébio, Pauleta e Ronaldo), é o primeiro a apontar três golos num encontro da fase a eliminar da competição desde 1990 (o checo Skuhravy marcou três golos nos “oitavos” diante da Costa Rica) e tornou-se no segundo mais jovem de sempre a fazer o gosto ao pé em três ocasiões no mesmo encontro a eliminar, depois de Pelé, em 1958, na altura com 17 anos.
A titularidade de Gonçalo Ramos implicou que Ronaldo começasse o jogo no banco de suplentes, sendo que acabaria por entrar a meio da segunda parte. Fernando Santos explicou que esta troca esteve relacionada com aspetos estratégicos, ficando agora por saber quem ocupará o lugar de ponta de lança no duelo com Marrocos.
Portugal chega a este encontro dos quartos de final quase na máxima força, com Nuno Mendes e Danilo a serem os únicos indisponíveis. Frente à Suíça, Fernando Santos deu também a Dalot a titularidade, deixando João Cancelo no banco, ele que era o dono do lugar, mas que está claramente num momento menos positivo. Bruno Fernandes, com três assistências e dois golos, tem sido fundamental na manobra ofensiva da equipa, ele que frente aos helvéticos marcou o canto que deu golo a Pepe, tornando-se o defesa central português no mais velho de sempre a marcar num jogo a eliminar de um campeonato do mundo. Já Rafael Leão, apesar do pouco tempo de jogo, já leva também dois tentos apontados neste campeonato do mundo.
Apesar do favoritismo português diante de Marrocos, não há vencedores antecipados e esta seleção africana já demonstrou nesta prova que é um osso duro de roer, ou não tivesse sido líder no Grupo F, à frente da Croácia e Bélgica, por exemplo. Os marroquinos começaram por empatar a zero com os croatas, depois bateram os belgas por 2-0 e o Canadá por 2-1.
Nos oitavos de final da prova, Marrocos apanhou pela frente a Espanha, que terminou em segundo no seu grupo. Depois de um nulo ao cabo de 120 minutos, a decisão foi levada para a marcação de grandes penalidades e nesse capítulo os comandados de Hoalid Regragui foram mais fortes, vencendo por 3-0. O guarda-redes Bono esteve em grande plano, assim como Hakimi, para muitos o melhor lateral direito da atualidade, que marcou a grande penalidade decisiva ao estilo de Panenka. Além destes dois, destaque ainda para Hakim Ziyech, do Chelsea, que é a estrela maior da equipa marroquina.
Com este resultado, Marrocos é a quarta seleção africana a marcar presença nos quartos de final de um campeonato do mundo, depois dos Camarões, em 1990, do Senegal, em 2002, e do Gana, em 2010, e é a primeira vez que o conjunto marroquino chega a esta fase da prova.
Curiosamente, a última vez que Marrocos tinha passado a fase de grupos da competição foi em 1986, no México, quando apanhou Portugal no mesmo grupo, tendo vencido por 3-1 a nossa Seleção. Portugal e Marrocos encontraram-se no terceiro e último jogo e ambas as formações contavam com dois pontos: a formação lusa tinha batido a Inglaterra por 1-0 e perdido com a Polónia pelo mesmo resultado, já os africanos registavam dois empates com ingleses e polacos. Com esse triunfo diante de Portugal, Marrocos acabou o grupo em primeiro lugar, enquanto a equipa das quinas terminou no último posto, falhando assim a passagem aos oitavos da prova. Nessa ronda do campeonato do Mundo, Marrocos viria a ser derrotado pela Alemanha, por 1-0, com o único golo da partida a ser apontado por Lothar Matthäus já perto do final.
Tiveram que passar mais 32 anos para Portugal e Marrocos voltarem a medir forças, desta feita no campeonato do mundo de 2018, disputado na Rússia. Na segunda ronda da fase de grupos, a equipa das quinas bateu o conjunto marroquino, por 1-0, com um golo madrugador de Ronaldo, logo aos quatro minutos. Depois disso, Portugal sentiu muita dificuldade em manter a vantagem, com o adversário a dispor de várias oportunidades de golo, mas o resultado não viria a sofrer mais alterações.
Os pupilos de Fernando Santos rumaram aos oitavos da prova, fruto do segundo lugar alcançado, atrás da Espanha, já Marrocos ficou em último com apenas um ponto, fruto de um empate com os espanhóis e duas derrotas – frente a Portugal e Irão. Quatro anos depois desse segundo duelo, tem lugar o terceiro confronto entre as duas seleções, sendo que até agora cada uma regista uma vitória e todos esperamos ver Portugal “vingar” a derrota de 1986 no próximo sábado e rumar dessa forma às meias do campeonato do mundo pela terceira vez na sua história.
Quando o árbitro apitar para o início do jogo, franceses e ingleses já saberão quem será o adversário nas meias-finais do campeonato do mundo. Apontados como favoritos à conquista do troféu, França e Inglaterra chegaram a esta fase da prova sem grandes dificuldades.
Os atuais campeões do mundo começaram por golear a Austrália, por 4-1, depois venceram a Dinamarca (2-1) e perderam com a Tunísia (1-0) na terceira ronda da fase de grupos, numa partida em que Deschamps rodou a equipa, já que o apuramento encontrava-se garantido. Nos oitavos de final, os gauleses derrotaram a Polónia, por 3-1, com bis de Mbappé, que é o melhor marcador da prova com cinco golos.
Os comandados de Gareth Southgate também entraram a golear, neste caso, o irão (6-2), mas depois empataram a zero com os EUA. Na última jornada venceram facilmente o País de Gales, por 3-0, o mesmo resultado que aplicaram ao Senegal nos oitavos. Saka e Rashford, ambos com três golos, são os máximos artilheiros da seleção inglesa. Já Harry Kane, tem apenas um tento registado, mas já fez três assistências, liderando este ranking juntamente com Bruno Fernandes.
Curiosamente, Inglaterra e França estão em lado opostos no que se refere aos marcadores dos golos. Os ingleses são, juntamente com Portugal, o melhor ataque da prova e a equipa na qual mais jogadores diferentes fizeram o gosto ao pé – mais uma vez, empatados com Portugal: oito futebolistas apontaram os 12 tentos da seleção inglesa, já no caso dos franceses, Mbappé (cinco) e Giroud (três) anotaram oito dos nove que a equipa regista até ao momento.
Na França, além de Mbappé e Giroud, Ousmane Dembelé e Antoine Griezmann também têm estado em bom plano, enquanto nos ingleses Bellingham tem sido o patrão do meio-campo e um apoio importante aos homens mais avançados, com destaque para Saka, Kane e Rashford ou Sterling.
Até agora, as duas formações mediram forças em 31 ocasiões, com a Inglaterra a vencer 17 jogos, contra nove dos franceses, e registaram-se ainda cinco empates. O último duelo foi há cinco anos, num particular que os gauleses venceram por 3-2. Em partidas de campeonatos do mundo houve até agora apenas dois confrontos com os ingleses a vencerem o rival em ambas as ocasiões: 1966, por 2-0, numa edição em que Inglaterra se sagrou campeã do mundo, e em 1982, por 3-1 – ambos os encontros realizaram-se durante a fase de grupos.