O pós-título dos Oklahoma City Thunder na NBA – competição que podes acompanhar no Betano.pt, onde tens também a oportunidade de apostar e assistir aos jogos em direto através do Livestream – expôs de forma inequívoca que algumas equipas estão a delinear o futuro com clareza estratégica, enquanto outras continuam presas num labirinto de decisões questionáveis. Entre os protagonistas deste arranque de defeso, o Texas reafirma-se como o novo centro de gravidade da ambição, Orlando e Atlanta voltam a dar provas de pragmatismo, enquanto em New Orleans reina, mais uma vez, o caos.
Às vezes, ganhar é uma questão de sorte, mas também é preciso saber não desperdiçar a oportunidade. Os Mavericks ganharam a lotaria do draft de forma improvável e, com Cooper Flagg, ficaram com o melhor talento americano dos últimos anos, só atrás de Victor Wembanyama na hierarquia da década. A verdadeira vitória não é apenas Flagg como jogador: é o encaixe cultural. Obcecado por competir, defende como um veterano e tem maturidade para carregar o peso de substituir Luka Doncic como rosto da organização. O plantel, mesmo sem Kyrie Irving (lesionado), tem base para uma identidade defensiva robusta com Anthony Davis, Dereck Lively II, Daniel Gafford e PJ Washington, para além do próprio Flagg. A ironia? O GM Nico Harrison ainda não é perdoado pela troca de Doncic, mas este jackpot limpou (por agora) parte das dúvidas. Às vezes, mesmo que jogues mal poker, ainda ganhas a última mão e foi isso o que aconteceu em Dallas.
Os Houston Rockets meteram o pé no acelerador: ao trocarem por Kevin Durant, deixam claro que não estão apenas a colecionar jovens promessas e querem competir já. A troca custou Jalen Green, Dillon Brooks, uma 1.ª ronda deste ano (#10) e várias de segunda ronda, mas o retorno é um dos marcadores mais letais da história. Mesmo em fase final de carreira, Durant mantém uma True Shooting Percentage superior a 64%, apenas atrás de Nikola Jokic entre jogadores de volume elevado, e encaixa num núcleo que já conta com o All-Star Alperen Şengün e o base ex-campeão Fred VanVleet. O que perdem em profundidade será compensado com mais minutos para Amen Thompson, Jabari Smith Jr. e companhia. Se tudo correr bem fisicamente, Houston passa a ter uma base para desafiar os campeões Thunder e qualquer outro candidato sério no Oeste. É uma jogada de risco, mas quem quer ser campeão não pode ter medo de apostar em grande.
A ousadia dos Magic confirma o desejo de encurtar caminho até à relevância no Este. Entregaram dois jogadores da rotação e quatro escolhas de 1.ª ronda aos Memphis Grizzlies para garantir Desmond Bane, um dos atiradores mais completos e disciplinados da liga. Bane não é apenas um sniper – é um marcador versátil, capaz de criar a partir do drible, em movimento ou em catch-and-shoot, sempre com eficiência de topo. É o complemento perfeito para Paolo Banchero e Franz Wagner, que precisavam de espaço e fiabilidade no perímetro. Aos 27 anos, Bane encaixa na cronologia de um núcleo que quer dar o salto já na próxima primavera. Num Este onde Boston, Cleveland e Indiana enfrentam restrições salariais e lesões, Orlando posiciona-se para ser a versão 2.0 daquela equipa finalista em 2009: atlética, disciplinada e agora com um atirador de elite que abre o campo para tudo o resto.
Talvez o maior steal da noite do draft não tenha sido um jogador, mas sim o “assalto” a New Orleans: ao descer do #13 para o #23, os Hawks garantiram uma escolha de 1.ª ronda de 2026 totalmente desprotegida (Pelicans ou Bucks, a melhor das duas) – uma bala de prata que pode virar top-10 se tudo correr mal a quem de direito. Mas Atlanta não ficou apenas a pensar no amanhã: usou parte dessa flexibilidade para trazer Kristaps Porzingis num negócio a três com Boston Celtics e Brooklyn Nets. Para já, o letão encaixa como stretch big num frontcourt que precisa de tiro exterior para abrir espaço a Trae Young e Jalen Johnson. Se correr bem, Atlanta ganha um reforço imediato para regressar aos playoffs num Este incerto. Se correr mal, Porzingis sai do livro de salários sem comprometer a pick de 2026. É assim que se protege o futuro e se arrisca no presente ao mesmo tempo, um equilíbrio raro numa organização que procurava rumo desde o fiasco Dejounte Murray.
Se o draft foi confuso, as trocas foram ainda mais desastrosas. Escolheram Jeremiah Fears no #7 (um base explosivo, mas um elo fraco do lado defensivo) e ainda pagaram para subir dez lugares e garantir Derik Queen, outro talento ofensivo com enormes lacunas na defesa. Pelo caminho, abdicaram de uma escolha de 1.ª ronda de 2026 que pode ser top-10. E tudo isto depois de despacharem C.J. McCollum e Kelly Olynyk para os Washington Wizards em troca de Jordan Poole (!) e Saddiq Bey (a recuperar de lesão grave). O resultado? Uma das piores defesas da NBA vai ficar ainda mais frágil, com Zion Williamson – quando estiver saudável – a carregar sozinho um plantel cheio de atiradores kamikaze sem disciplina tática. O padrão de decisões lembra em tudo o que Troy Weaver fez em Detroit: sacrificar ativos futuros por apostas desequilibradas, aparentemente sem estratégia clara. O desfecho é óbvio: os Pelicans não têm talento coletivo para ganhar agora e hipotecaram o futuro.
Com a free agency prestes a rebentar e as trocas a ganharem contornos cada vez mais arrojados, os últimos dias deixaram claro que o Texas voltou a ser o palco de uma rivalidade que promete incendiar a liga: Mavericks e Rockets escolheram caminhos opostos para tentar chegar ao topo. No Este, os Orlando Magic rasgaram o guião da paciência para garantir Desmond Bane, enquanto os Atlanta Hawks aproveitaram a hesitação de New Orleans para voltar a sonhar com relevância. E o melhor – ou o pior, para quem tiver de abrir os cordões à bolsa – ainda está para acontecer: a free agency arrancou oficialmente na noite desta segunda-feira, 30 de junho, e até outubro, aquando da bola ao ar na nova temporada, ninguém se atreve a dizer que o mercado está fechado. Na NBA, o verão nunca dorme.
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