O Manchester United recebeu e venceu o rival da cidade, o City, por 2-1, num dos jogos grandes da ronda do fim de semana em Inglaterra. Com este resultado, os red devils são terceiros, com 38 pontos, menos um que os comandados de Guardiola. O líder Arsenal aproveitou o deslize do campeão para aumentar a vantagem para oito pontos, isto depois de ter vencido o Tottenham, por 2-0, no dérbi mais quente de Londres.
Jogar com o Manchester City, em Old Trafford, tem sido um pesadelo para o United nos últimos anos, ou não fosse o adversário que mais vezes venceu os red devils em casa na história da Premier League – oito desaires diante do rival da cidade. E, no sábado, parecia que estava tudo encaminhado para a nona vitória dos citizens na casa dos vermelhos de Manchester, quando Jack Grealish, acabadinho de entrar, recebe uma assistência primorosa de Kevin de Bruyne, aos 60 minutos, para inaugurar o marcador. Com mais este passe certeiro para golo, o médio belga vai em cinco épocas consecutivas a registar pelo menos dez assistências, feito que só é batido por Cesc Fàbregas, que fez o mesmo, mas em seis temporadas.
Naquele que foi o 500º jogo da carreira de Pep Guardiola (até este encontro tinha vencido 379 em 499 encontros, o melhor registo de um treinador nas principais ligas europeias), os red devils pareciam não ter argumentos para mudar o rumo do marcador, até que, num lance polémico, no qual Marcus Rashford está em fora de jogo mas não toca na bola, Bruno Fernandes fez o 1-1 aos 78 minutos. Quatro minutos depois, o mesmo Rashford estabelece o resultado final e assegura os três pontos para o conjunto da casa.
No fim da partida, Guardiola mostrou o seu descontentamento com a validação do primeiro golo do rival. “Marcus Rashford está em fora de jogo, Bruno Fernandes não está. Rashford distraiu o nosso guarda-redes e os centrais. Foi o que aconteceu, mas sabemos onde jogámos. É difícil para os árbitros virem a estes estádios”. Akanji, central do City que jogou os 90 minutos, seguiu a mesma linha de raciocínio que Guardiola. “Para ser sincero, é uma piada que o primeiro golo tenha sido validado. Rashford está, claramente, fora de jogo. Ele corre até ao último segundo, e só trava porque o Bruno aparece nas costas dele. Sei que ele não toca na bola, mas corre 30 metros a persegui-la e, depois, trava. O árbitro não analisou a situação. O árbitro não me disse nada, mas falei com o auxiliar e ele perguntou ‘Rashford toca na bola?’. Eu disse ‘Não, mas perseguiu-a por muito tempo. Naquela situação, o árbitro tinha, pelo menos, de analisar a situação e perceber que eu o Kyle [Walker] estamos do outro lado. Provavelmente, a pressão do estádio afetou-o. Foi por isso que decidiu deixar passar”, disse o defesa, após o encontro.
Do lado dos red devils, Bruno Fernandes, eleito o homem da partida, elogiou a equipa. “É sempre importante vencer um jogo. Como disse o técnico, não importa quem são os adversários, foi uma reviravolta incrível. Eu tinha dito antes do jogo que agora parecemos uma equipa. Nos tempos recentes, por vezes, cada um de nós jogava por si mesmo. Agora vê-se uma equipa de verdade, com os jogadores a jogar uns pelos outros”, disse, não fugindo a comentar o lance polémico do golo. “Eu estava de frente para a baliza, o Marcus viu que eu estava numa posição melhor. Não sabia se algum de nós estava fora de jogo ou não. O único defesa perto estava junto a mim”.
Voltando a Rashford, o avançado do United vai em sete jogos consecutivos a marcar, sequência que não se via nos red devils desde abril de 2008, quando Cristiano Ronaldo registou o mesmo feito que o atual número 10 da equipa comandada por Erik ten Hag, treinador que se tornou no mais rápido de sempre a chegar às 20 vitórias no comando dos diabos vermelhos, “roubando” esse recorde a José Mourinho.
No caso de Rashford, de destacar ainda que 40,3% dos golos apontados pelo avançado na liga inglesa (27 dos 67 ) valeram vitórias ao conjunto de Manchester, naquela que é a maior percentagem de qualquer jogador, na história da competição, com pelo menos 50 golos marcados.
Para terminar, deixamos este fato curioso: há dez anos que Manchester City e Liverpool não perdiam ambos os jogos disputados num sábado, como aconteceu na última jornada: os citizens foram derrotados no dérbi da cidade, já o Liverpool levou 3-0 no campo do Brighton, uma das sensações da competição.