Este domingo, 9 de janeiro, tem início a edição de 2021 da CAN (Taça das Nações Africanas), que decorrerá nos Camarões, cerca de sete meses depois da data inicialmente prevista, culpa da Covid-19. 

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Taça das Nações Africanas

São 24 equipas, divididas por seis grupos. Os dois primeiros de cada grupo e os quatro melhores terceiros classificados qualificam-se para os oitavos de final. O Egito é o recordista de triunfos, com sete conquistas, a última em 2010.

Dois “grupos da morte”

O Grupo D é um dos dois “grupos da morte” da Taça das Nações Africanas, contando com a presença do Egito e da Nigéria, dois dos grandes candidatos à vitória e que são orientados por treinadores portugueses – Carlos Queiroz pelos “faraós” e José Peseiro ao serviço das “super águias”.

O Egito tem o futebolista mais mediático da competição, Mo Salah, do Liverpool, que soma 23 golos e nove assistências nos 29 encontros oficiais que disputou esta época ao serviço dos “reds. Comparativamente com os seus grandes rivais, o Egito destaca-se pela elevada presença de futebolistas que competem no campeonato local. De Ligas europeias só foram convocados Salah, Omar Marmoush (Estugarda), Mustafa Mohamed (Galatasaray) e Mahmoud Hassan “Trezeguet”. Curiosamente, todos atacantes, numa equipa à qual parece faltar alguma consistência defensiva. Mas quem tem Salah pode aspirar a levar a taça para casa. 

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Mo Salah (Egito) e Zaidu (Nigéria)

A Nigéria conta com o portista Zaidu, mas terá duas ausências de peso: Victor Osimhen, atacante do Nápoles, e Emmanuel Dennis, avançado do Watford. O primeiro, a grande estrela da equipa, enfrenta uma longa recuperação na sequência de várias fraturas no rosto após choque com Milan Skriniar, em jogo com o Inter Milão. Já o segundo não estará presente por razões administrativas. O Watford informou que a federação nigeriana não enviou a pré-convocação em tempo útil e, por isso, a escolha para a libertação do futebolista estava nas mãos do clube, que não permitiu a chamada de Dennis.

A Argélia, campeã em título – bateu o Senegal na final da edição de 2019, por 1-0 – faz parte do Grupo D e bem recentemente mostrou que está preparada para tentar o bis ao conquistar a Arab Cup, torneio de preparação para o Mundial do Catar. A estrela da companhia é Riyad Mahrez, extremo do Manchester City que tem realizado época assombrosa, com 13 golos em jogos oficiais e muitas exibições de pura classe. Brahimi (ex-FC Porto) e Slimani (ex-Sporting) foram também chamados.

A Costa do Marfim é outras das equipas incontornáveis quando pensamos nos  favoritos e será o grande rival da Argélia no Grupo D. A figura maior é Sébastien Haller, ponta de lança do Ajax que é o melhor marcador da atual edição da Liga dos Campeões, com 10 golos em seis jogos. Se estendermos a análise a todas a temporada, são 22 golos em 24 partidas. O extremo Wilfried Zaha, do Crystal Palace, também está entre os convocados, isto depois de ter ameaçado pedir dispensa da sua seleção. Nicolás Pépé (Arsenal) é outra das estrelas, num lote sem o lesionado Gervinho. Guiné-Equatorial e Serra Leoa parecem destinadas a lutar pelo terceiro lugar deste grupo.

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Riyad Mahrez (Argélia) e Sadio Mané (Senegal)

Senegal, o favorito que nunca ganhou a Taça das Nações Africanas

O Senegal é outro dos grandes favoritos, contando com Sadio Mané, avançado do Liverpool, como a sua grande estrela. Do lote de convocados faz ainda parte Edouard Mendy, guarda-redes do Chelsea, o capitão Koulibaly, central do Nápoles, e Gana Gueye, médio do PSG. Quem não está presente é Ismaila Sarr, avançado do Watford. O clube inglês alegou que não o libertou devido a lesão que, alegadamente, o manterá afastado dos relvados até ao fim de janeiro. A federação senegalesa garante que o futebolista queria juntar-se ao grupo e que os argumentos do Watford são falsos. 

O Senegal está inserido no grupo B, com Guiné-Conacri, Malaui e Zimbabué, sendo claramente favorito para passar aos quartos de final da Taça das Nações Africanas . E de acordo com muitos analistas, é mesmo o grande candidato à vitória final, até porque tem sem dúvida uma das equipas mais bem organizadas da competição, com uma estrutura defensiva bastante compacta. Curiosamente, o Senegal nunca ganhou a CAN, mas parece estar “no ponto” para o conseguir.

E não nos podemos esquecer dos Camarões, não só por jogarem em casa, mas também por terem alguns jogadores de excelente qualidade. No lote de eleitos constam Collins Fai, Michael Ngadjui, Ambroise Onyango, Clinton Njie, Vincent Aboubakar, Christian Bassogog e Karl Toko Ekambi, futebolistas presentes na edição de 2017, em que a equipa se sagrou campeã, depois de derrotar o Egito na final. Ainda assim, esta equipa, orientada por mais um português (António Conceição) não parece estar numa primeira linha de favoritos ao triunfo final. Os Camarões fazem parte do Grupo A, juntamente com Burkina Faso, Cabo Verde e Etiópia.

Referência ainda para Marrocos, sob o comando do experiente Vahid Halilhodzic. Ainda que não esteja entre os grandes candidatos, poderá ter uma palavra a dizer. Ziyech, avançado do Chelsea, é o grande ausente, devido a desavenças com o selecionador. O sportinguista Feddal e o benfiquista Taarabt também não foram chamados.

Quem irá suceder à Argélia como melhor seleção de África e levar para casa o troféu da Taça das Nações Africanas?

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