Nos últimos meses, o nome de Cooper Flagg tornou-se um dos mais discutidos no basquetebol. O fenómeno de Duke é considerado o mais que provável número um do próximo draft da NBA, competição que podes acompanhar no site Betano.pt, onde tens também a oportunidade de fazer as tuas apostas e assistir aos jogos em direto através do Livestream, mas a sua decisão de se tornar elegível já este ano ou continuar na universidade permanece em aberto. Com uma carreira universitária em plena ascensão, Flagg enfrenta um dilema que poderá redefinir o seu percurso como jogador.

Uma educação moldada pelos Celtics de 1985-86

A história de Cooper Flagg começou numa pequena cidade do Maine, Newport, onde os seus pais, Kelly e Ralph Flagg, lhe incutiram a paixão pelo basquetebol desde cedo. A influência familiar era evidente: a mãe, antiga capitã da equipa da Universidade do Maine, e o pai, que também jogou basquetebol a nível universitário, inspiraram os filhos a seguir o mesmo caminho. Cooper foi aquele que mais se destacou. A infância de Cooper foi profundamente influenciada pelos Boston Celtics da década de 1980. Os pais, especialmente a mãe, incentivaram-no a estudar a mítica equipa de Larry Bird, Kevin McHale, Robert Parish e Dennis Johnson. Para Kelly Flagg, esse era o exemplo máximo do jogo coletivo, onde prevaleciam o altruísmo, o esforço defensivo, a partilha de bola e a leitura de jogo.

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Kelly e Ralph compraram DVDs dos Celtics de 1985-86 quando Cooper tinha apenas oito anos e incentivaram-no a assistir aos jogos. Enquanto o fazia, os pais explicavam-lhe que, embora Larry Bird fosse uma estrela capaz de marcar quando quisesse, preferia sempre fazer a jogada certa. Mostravam-lhe também como a equipa sacrificava boas oportunidades individuais para criar melhores opções coletivas. A influência surtiu efeito. Cooper começou a ver jogos completos dessa época repetidamente. Quando os DVDs se tornaram insuficientes, passou a procurar mais vídeos no YouTube, estudando Bird, McHale e Parish com dedicação quase obsessiva. Este método de ensino criou um jogador com uma visão coletiva do jogo, focado em fazer a jogada certa em todas as situações.

Ascensão meteórica e talento que desafia convenções

Desde cedo, o talento de Cooper foi evidente. Competia contra jogadores três anos mais velhos ainda na escola primária e, já no ensino básico, enfrentava atletas universitários. A sua dedicação ao treino, frequentemente em sessões noturnas na garagem adaptada da sua casa, permitiu-lhe destacar-se, culminando numa temporada de estreia avassaladora na Nokomis Regional High School, onde levou a equipa ao seu primeiro título estadual de sempre e foi eleito Jogador do Ano do estado do Maine — o primeiro “freshman” a conseguir tal feito.

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Após o sucesso inicial, Cooper transferiu-se para a Montverde Academy, na Flórida, uma escola reconhecida por produzir talentos da NBA como Cade Cunningham e Ben Simmons. Em Montverde, Cooper consolidou-se como o melhor jogador da sua geração, destacando-se pela sua versatilidade nos dois lados do campo. A participação na USA Select Team, que treinou com a Team USA antes dos Jogos Olímpicos de Paris, no verão passado, foi uma espécie de momento de consagração. Frente a estrelas da NBA como LeBron James, Stephen Curry e Kevin Durant, Flagg marcou 17 pontos, numa exibição que arrancou elogios de várias superestrelas da NBA que fizeram parte da equipa que conquistou a medalha de ouro.

Impacto imediato na primeira época em Duke

A chegada à Universidade de Duke confirmou todo o seu potencial. Cooper Flagg está a viver uma época de estreia extraordinária, com médias de 18.7 pontos, 7.5 ressaltos, 4.1 assistências, 1.5 roubos de bola e 1.3 desarmes de lançamento, com eficácias de 48.8% nos lançamentos de campo, 36.7% nos triplos e 83.1% nos lances livres. Foi nomeado Jogador do Ano e Rookie do Ano da conferência ACC, e sagrou-se campeão da fase regular e do torneio da ACC, mostrando um impacto notável para um jogador de apenas 18 anos, e — para já — liderou Duke à fase do “Sweet Sixteen” do torneio da NCAA.

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Com 2,06 metros de altura e uma mobilidade excecional, Flagg é um defensor de elite que protege o cesto, corta linhas de passe e consegue defender várias posições. A sua leitura de jogo é impressionante, tanto ofensiva como defensivamente. Melhorou o seu lançamento exterior e tornou-se um criador de jogo mais eficiente, demonstrando uma capacidade invulgar para fazer os colegas brilhar.

O dilema de Cooper Flagg

Apesar do sucesso e do estatuto praticamente garantido como número um do draft da NBA de 2025, Cooper Flagg não descarta a possibilidade de continuar em Duke por mais um ano. O vínculo anual de 4,8 milhões de dólares que recebe através de contratos NIL (Name, Image, and Likeness) com marcas como New Balance, Gatorade e New Era, permite-lhe adiar a entrada na NBA sem prejuízos financeiros imediatos.

Outro fator relevante é o destino provável no draft. Equipas pouco competitivas como os Washington Wizards, Charlotte Hornets e Utah Jazz são as mais bem posicionadas para o selecionar, mas será que Flagg quer iniciar a sua carreira numa organização de um mercado pequeno e sem perspetivas de sucesso imediato? A decisão, no entanto, envolve riscos significativos. Ficar em Duke mais um ano poderá atrasar a possibilidade de alcançar contratos multimilionários no futuro. Além disso, o risco de lesão na NCAA é real. Uma época menos positiva ou uma lesão grave poderão comprometer não só a sua posição como número um do draft de 2026, mas também as perspetivas de alcançar contratos de maior valor.

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A decisão de Cooper Flagg será uma das mais aguardadas do basquetebol mundial. Avançar já para a NBA e enfrentar o desafio de ser a cara de uma reconstrução numa das equipas mais fracas da liga? Ou manter-se em Duke, continuando a evoluir num ambiente onde é adorado e protegido, enquanto aperfeiçoa o seu jogo e ganha maturidade? Independentemente do caminho que escolher, o mundo do basquetebol já percebeu uma coisa: Cooper Flagg não é apenas o próximo grande talento — é um fenómeno destinado a definir a próxima geração da NBA. A verdadeira questão é quando é que ele decide dar início a essa história.

Por Ricardo Brito Reis

Comentador de NBA na Sport TV
Fundador do Borracha Laranja
Host do podcast Bola ao Ar